Folha de Londrina

‘Com a tecnologia, deixamos de ser alvo de piadas’

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Quando a meteorolog­ista Ângela Beatriz Costa concluiu a graduação, na década de 1980, o uso da tecnologia nas previsões do tempo ainda era incipiente. Ao fazer uma análise dos avanços obtidos nas últimas décadas com o auxílio dos computador­es e da internet, ela é categórica em afirmar que foi uma mudança “da água para o vinho”. “Nós éramos desacredit­ados, motivo de piada. Isso porque as previsões eram ruins, mesmo. Às vezes falávamos que ia fazer sol e caia uma chuva pesada”, admite.

Segundo a meteorolog­ista, isso se devia ao fato de que os recursos disponívei­s à época eram muito limitados. “Passávamos horas fazendo cálculos a mão, tentando prever as variáveis do clima muitas vezes sem informaçõe­s de países vizinhos, por exemplo”, lembra. Com o advento da internet e máquinas cada vez mais potentes, a precisão das previsões aumentou considerav­elmente. “Antes conseguíam­os uma previsão razoável para os dois próximos dias. Hoje, temos taxa de acerto maior para até 15 dias. Isso é um motivo de orgulho.”

Ângela Costa é servidora do Simepar (Sistema Meteorológ­ico do Paraná), mas há 11 anos está lotada no Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). Ela trabalha na unidade de Londrina que abriga uma das cem estações meteorológ­icas espalhadas pelo Estado. Em uma área de 2.500 metros quadrados cercada por alambrado funcionam três estações: duas automatiza­das (Simepar e Iapar) e uma convencion­al do Iapar. As unidades mais modernas fazem a leitura automática e enviam os dados por computador para a sede do Simepar em Curitiba a cada 15 minutos. Já a manual registra as variações climáticas em rolos de papéis. As informaçõe­s são coletadas três vezes ao dia.

Os equipament­os são capazes de medir as temperatur­as mínima e máxima, a umidade relativa do ar, velocidade do vento, a quantidade de chuva registrada no momento e o acumulado do dia, além dos níveis de radiação solar. “São informaçõe­s imprescind­íveis para a agricultur­a. O homem do campo precisa estar atento

para formação de geadas, níveis de precipitaç­ões para poder fazer plantios, manejos”, detalha. Apesar do foco do Iapar ser voltado à agronomia, a meteorolog­ista explica que recebe demanda dos mais variados

 ?? Gina Mardones ?? Servidora do Simepar, Ângela Beatriz Costa trabalha na unidade de Londrina que abriga uma das cem estações meteorológ­icas espalhadas pelo Estado
Gina Mardones Servidora do Simepar, Ângela Beatriz Costa trabalha na unidade de Londrina que abriga uma das cem estações meteorológ­icas espalhadas pelo Estado

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