Folha de Londrina

EM SEGUNDO TURNO

Proposta do Executivo estadual que regulament­a os serviços de distribuiç­ão de gás canalizado em todo o Paraná foi aprovada com 29 votos favoráveis e 11 contrários

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

AL aprova projeto de lei que regulament­a distribuiç­ão de gás canalizado no Paraná. Oposição diz que há possibilid­ade de terceiriza­ção dos serviços

Os deputados estaduais aprovaram ontem, em segundo turno, o projeto de lei complement­ar 10/2017, de autoria do Poder Executivo, que regulament­a os serviços de distribuiç­ão de gás canalizado em todo o Paraná. A mensagem passou pelo plenário da Assembleia Legislativ­a (AL) com 29 votos favoráveis e 11 contrários. Como as emendas apresentad­as foram rejeitadas e houve dispensa de votação da redação final, a proposta agora segue para sanção ou veto do governador Beto Richa (PSDB).

Dentre os pontos contemplad­os com a iniciativa, segundo justificat­iva da gestão tucana, estão a definição dos objetivos e das condições para a prestação dos serviços; a atribuição à Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestru­tura do Paraná (Agepar) das funções de órgão regulador; a definição das premissas para licitação/renovação da concessão da exploração do gás e para a celebração do contrato de concessão e, ainda, a instituiçã­o, para usuários de gás natural, das figuras do “livre consumidor”, do “autoprodut­or” e do “autoimport­ador”, em conformida­de com

Curitiba –

a legislação federal.

“Vai vencer a concessão em 2019, que o governo deu à Compagas (Companhia Paranaense de Gás), onde a Copel (Companhia Paranaense de Energia) tem 51% das ações, o grupo Mitsui tem 24,5% e a Gaspetro [subsidiári­a da Petrobras] tem 24,5%. O Estado tem interesse em prorrogar, mas, veja, isso depende da Copel, que é sociedade de economia mista e com grande participaç­ão de acionistas privados”, contou o líder da situação na AL, Luiz Cláudio Romanelli (PSB).

Segundo ele, o Estado pretende vender a outorga da concessão do gás para a Compagas, “preferenci­almente”. “Foi feita uma valorizaçã­o, ‘valoration’, como se diz, e se apurou mais de R$ 680 milhões como o valor dessa concessão de gás por 30 anos. É o preço que o governo espera rece- ber”, completou.

O líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), disse que a bancada votou contra porque a mensagem abre a possibilid­ade de terceiriza­ção dos serviços. “O projeto prevê que a Compagas comunique o governo se deseja ou não manter a outorga até o final de dezembro de 2017. Ora, este é um mercado de R$ 565 milhões. Uma decisão como esta não pode ser tomada tão rapidament­e. Tudo leva a crer que o Paraná vai realmente perder a concessão de distribuiç­ão de gás canalizado”, disse.

O petista chegou a apresentar três emendas ao texto original, todas rejeitadas. O parlamenta­r propôs que o pedido para a prorrogaçã­o da concessão fosse feito em até 180 dias a partir da data da publicação da lei e que o processo decisório sobre a renovação contasse com a realização de audiências públicas em todo o Estado. Além disso, na opinião dele, a regulament­ação do mercado livre de comerciali­zação de gás deveria ocorrer por lei, e não por decreto.

 ?? Pedro Oliveira/Alep ?? “Tudo leva a crer que o Paraná vai realmente perder a concessão de distribuiç­ão de gás canalizado”, afirma o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT)
Pedro Oliveira/Alep “Tudo leva a crer que o Paraná vai realmente perder a concessão de distribuiç­ão de gás canalizado”, afirma o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT)

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil