Operação prende quatro por esquema em venda de ingressos
A Polícia Civil do Rio prendeu, na manhã desta segunda (11), quatro pessoas por integrarem um suposto esquema de repasse irregular de ingressos para torcidas organizadas e cambistas. O assessor de imprensa da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, é um deles. Além do assessor tricolor, a polícia prendeu o presidente da torcida organizada Raça Fla, Alesson Galvão de Souza. Também foram detidos Monique Patricio dos Santos Gomes e Leandro Schilling. Os dois são funcionários da empresa Imply, responsável pela impressão de ingressos.
A ação policial foi a segunda fase da Operação Limpidus, que investiga um esquema em que até mesmo as organizadas banidas dos estádios recebiam ingressos.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil coordena a ação. No total, são 14 mandados de prisão - mas cinco já haviam sido cumpridos na primeira fase.
Chefe de Segurança do Vasco, Edmilson José da Silva, conhecido como “Tubarão”, não foi encontrado e, de acordo com a delegacia, era considerado foragido. Segundo a delegada Daniela Terra, os ingressos chegavam aos cambistas após dirigentes dos clubes entregarem os bilhetes para os integrantes das torcidas organizadas. A partir daí, os cambistas vendiam os ingressos por preços abusivos.
No dia 1º, três integrantes de torcidas organizadas do Fluminense foram presos. Eles também foram acusados de receberem ingressos da diretoria do clube e revendê-los a cambistas. Dirigentes e membros de torcidas do Vasco, Fluminense, Botafogo e Flamengo também foram conduzidos para depoimento.
Na ocasião, Pedro Abad, presidente do Fluminense, Eurico Brandão, vice de futebol do Vasco, e Anderson Simões, vice-presidente de estádios do Botafogo, foram prestar depoimento.
A Imply, responsável pela impressão de ingressos, afirmou que “todos os ingressos dos jogos do Clube de Regatas do Flamengo são entregues direta e exclusivamente ao clube e registrados em protocolo”. “A empresa não compactua e não tolera qualquer ato que comprometa os valores éticos estritamente seguidos desde a sua fundação, há 15 anos”, completa.
FLUMINENSE
Poucas horas após a prisão de dois funcionários do Fluminense, a diretoria do clube tricolor criticou nesta segunda-feira a ação da polícia e afirmou que as detenções foram “arbitrárias”. As autoridades não revelaram maiores detalhes sobre as acusações que recaem sobre os dois funcionários do Fluminense. Em nota oficial, o clube criticou a ação e afirmou que ambos já haviam dado os devidos esclarecimentos como testemunhas.