Folha de Londrina

Nível de otimismo da indústria do PR é o maior desde 2014

Sondagem da Fiep mostra que indicador ainda está abaixo da média histórica e que emprego não deve crescer

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Os industriai­s paranaense­s estão mais otimistas em relação ao que está por vir em 2018, na comparação com a expectativ­a que tinham em relação a 2017. Porém, ainda não chega a 70% o patamar de confiança na retomada da economia. Esse foi um dos diagnóstic­os trazidos pela XXII Sondagem Industrial divulgada nesta segundafei­ra, 11, no Campus da Indústria, em Curitiba – uma iniciativa da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) em conjunto com o Sebrae-PR

O índice de empresário­s otimistas em relação ao próximo ano subiu de 55,11%, verificado ao final de 2016, para 63,57% agora. Outros 30,65% que participar­am da sondagem se disseram em dúvida quanto ao cenário de 2018 e 5,78% afirmaram estar pessimista­s.

A projeção positiva para 2018 vem na esteira da projeção de cresciment­o global como informou o economista da Fiep, Roberto Zurcher. “Todos os continente­s vão crescer em 2018, até mesmo o nosso, bem como a América Latina como um todo. Isso significa que há espaços para procurar novos mercados e que essa melhora para 2018 está respaldada no trabalho do setor produtivos e não nos governos do Brasil”, destacou.

Sobre o “abismo entre as ações do setor produtivo” e os “atrapalhos da política”, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo disse que a crise prolongada da economia brasileira conduziu o empresário a adotar a estratégia de trabalhar alheio ao contexto político. “O empreended­or para sobreviver precisou se descolar da política e passou a olhar para a empresa visando oportunida­des e soluções diante do que estava ao seu alcance, mesmo sendo afetado pelas decisões e acontecime­ntos políticos”, comentou.

Durante a apresentaç­ão da sondagem, Campagnolo citou dois exemplos desse descompass­o. “Ao mesmo tempo em que celebramos a queda de juros e a Selic histórica de 7%, na prática, o acesso aos recursos para ampliar a produção não está acontecend­o e, pior, ainda o governo cogita ressuscita­r a Lei Kandir com a PEC 37, que é um retrocesso de 21 anos nas políticas de incentivo ao comércio exterior brasileiro, justo em um momento no qual uma das saídas é procurar novos mercados”, criticou.

Outro exemplo foi o aumento da burocracia a partir da mudança no Simples. “O empresário­s que faturam entre R$ 3,6 milhões e R$ 4,8 milhões terão que lidar com a tributação do Simples estadual e o regime geral de tributação quando se reportar à Federação. Como não ser receoso com uma política que dá com uma mão, ao mesmo tempo em que se tira com a outra”, questionou.

ESTRATÉGIA

Para 2018, a principal estratégia da indústria parananens­e será o desenvolvi­mento de negócios. (53,77%), seguida pela satisfação do cliente (51,01%) e inovação (33,42%). O índice de ociosidade na indústria que encerra 2017 em 30%, tende a diminuir para 25%, segundo Zuercher, mas o aumento de postos de trabalho ainda não está no radar . “O emprego ainda não vai ter sua vez em 2018. Até porque os 5% pessimista­s apontam para uma redução de quadro para o ano que vem”, admitiu Zurcher. “Além disso, as grandes reformas ainda não acontecere­m e mesmo a trabalhist­a está sendo questionad­a o que mantem as incertezas sobre o país”, acrescento­u.

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