Folha de Londrina

Aprovado pelo Senado, projeto da RenovaBio vai à sanção

Texto prevê metas compulsóri­as de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para a comerciali­zação de combustíve­is

- Julia Lindner, Thiago Faria Idiana Tomazelli Agência Estado

O Senado aprovou, nesta terça-feira, 12, o projeto de lei que cria a Política Nacional de Biocombust­íveis, chamada de RenovaBio. O texto prevê metas compulsóri­as anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para a comerciali­zação de combustíve­is, assim como metas de uso de biocombust­íveis e negociaçõe­s de créditos de descarboni­zação (CBio). A matéria segue para sanção presidenci­al.

Pela proposta, o valor do CBio será calculado de acordo com a capacidade de os produtores de biocombust­íveis reduzirem as emissões de gases. O papel deve ser escriturad­o e comerciali­zado no mercado financeiro, e as distribuid­oras comprarão o título de acordo com metas, como forma de compensar as emissões nas vendas de combustíve­is fósseis. A

Brasília - ideia é que os produtores tenham receita para investir no setor.

Com origem na Câmara, o

em nome das Comissões de Meio Ambiente (CMA) e de Serviços de Infraestru­tura (CI). O projeto

RESSALVAS

Vista com reservas pela equipe econômica do governo, a matéria foi encabeçada pela FrenteBio (Frente Parlamenta­r Mista do Biodiesel) na Câmara, que aproveitou a nova tentativa do governo para aprovar a reforma da Previdênci­a para emplacar o projeto, aprovado pelos deputados há duas semanas.

A área econômica considera que, além de um possível impacto na inflação, a proposta pode aumentar a influência de pressões políticas

Proposta regulament­a negociaçõe­s de créditos de descarboni­zação

autor do PLC é o deputado Evandro Gussi (PV-SP). No plenário do Senado, o senador Cidinho Santos (PR-MT) leu o relatório nesta terçafeira

de grupos organizado­s e a tendência à concentraç­ão de renda nas mãos de produtores de biocombust­íveis.

Como haverá metas de aquisição do Cbio pelas distribuid­oras, a compra desses créditos poderia levar ao aumento de custos e ao consequent­e repasse desses valores aos consumidor­es. O efeito final, na avaliação técnica do governo, seria um aumento no preço dos combustíve­is, tanto fósseis quanto renováveis, impactando a inflação.

já tinha sido aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, com relatório favorável do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

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