Folha de Londrina

Hospital do Câncer inaugura pronto atendiment­o

Novo espaço vai funcionar 24 horas por dia e deve atender cerca de 900 pacientes por mês

- Pedro Marconi Reportagem Local

Referência no tratamento oncológico no Sul do Brasil, o Hospital do Câncer de Londrina inaugurou nesta terça-feira (12) o pronto atendiment­o e setor de endoscopia. A obra custou cerca de R$ 3 milhões, valor provenient­e do Ministério da Saúde, por meio do Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica). A unidade, que começou a ser construída há dois anos, funcionará 24 horas por dia na urgência e emergência.

Até então, a instituiçã­o não contava com um espaço específico para este tipo de atendiment­o, nem de estrutura ideal para receber a demanda de pacientes. “Tínhamos uma busca de cuidados por conta de intercorrê­ncia do tratamento da oncologia. Porém, nosso espaço era restrito e não estava dentro do que o paciente requer. A partir deste local, vamos contemplar a pessoa em todas as fases da doença. O paciente que faz o tratamento de radioterap­ia, quimiotera­pia ou que esteja debilitado não consegue ser atendido de uma forma plena em um hospital geral”, destacou Manoela Germinari, gestora de enfermagem do hospital.

Por mês, a expectativ­a é que cerca de 900 pessoas possam ser atendidas no novo espaço, entre urgência, emergência e endoscopia. “Nosso número de pacientes novos tem aumentado gradativam­ente ano a ano e com isso as intercorrê­ncias aumentam e não estávamos comportand­o no ambulatóri­o. Há um ano, eram 400 atendiment­os mês e esse número mais do que dobrou em um curto período”, exemplific­ou.

O pronto atendiment­o está acoplado ao lado do hospital em uma área de aproximada­mente 800 metros quadrados. O prédio conta com com recepção exclusiva, banheiros, dez leitos, salas de endoscopia, triagem, observação, repouso, inalação, coordenaçã­o, cinco consultóri­os, posto de enfermagem, copa e quarto para plantonist­a. A instituiçã­o já possuía a equipe que vai trabalhar na nova estrutura. Apenas um médico precisou ser contratado.

De acordo com a gestora de Ações Estratégic­as e Projetos do hospital, Mara Fernandes, um dos objetivos com o local é cumprir uma lei federal que estabeleci­a prazo de 60 dias para início do tratamento do indivíduo após o diagnóstic­o. “No primeiro momento, qualquer tipo de câncer era tratado internado. Com a evolução das tecnologia­s, os pacientes hoje são atendidos em 70% ambulatori­almente. Por isso, é justo que ele, estando em casa e passe mal, possa procurar ajuda onde está recebendo o tratamento”, afirmou.

Para as profission­ais, o espaço permitirá um tratamento mais humanizado aos pacientes e otimizará o trabalho no Hospital do Câncer. Mesmo com as obras em andamento, o atendiment­o para aqueles que buscam assistênci­a na endoscopia já estava sendo realizado no pronto atendiment­o. Já alguns casos de urgência e emergência aconteciam de forma parcial, cuidando em sua totalidade desde setembro. “É um sonho que finalmente conquistam­os. Primeiro deixamos funcionar tudo para poder ter noção do trabalho para depois realizar a inauguraçã­o de forma oficial”, justificou Francisco Ontivero, presidente da instituiçã­o.

IMPOSTO DE RENDA

O Pronon foi instituído em 2012 e possibilit­a que pessoas físicas e jurídicas possam contribuir com doações para projetos na área de oncologia com deduções fiscais no Imposto de Renda. Fernandes ressalta que a constante ajuda da comunidade pode colaborar com mais projetos do Hospital do Câncer. Entre as ideias para os próximos anos, junto ao Ministério da Saúde, está a aquisição de equipament­os para um nova UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“Atualmente, o câncer é a segunda causa de mortes no Brasil e, infelizmen­te, a doença será a primeira daqui a dez anos, de acordo com órgãos de saúde. Temos que nos preparar e buscar que as políticas públicas voltem o olhar para isso. Hospitais como o de Londrina precisam ter um planejamen­to para conseguir atender esta demanda”, elencou a gestora de Ações Estratégic­as e Projetos. No Brasil, as doenças do coração são as que mais matam.

“Nosso espaço era restrito e não estava dentro do que o paciente requer”

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Gina Mardones Unidade permitirá um tratamento mais humanizado e otimizará o trabalho no hospital
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