Folha de Londrina

BC estuda alterações no cartão de débito

Desafio é estimular o uso com redução de custo para o lojista

- Maeli Prado Folhapress

Brasília -

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira, 13, que, após as medidas que reduziram as taxas de juros no cartão de crédito, tomadas neste ano, a autoridade monetária estuda mudanças no cartão de débito. De acordo com o presidente do BC, foi criado um grupo de estudo para pesquisar o tema, com a possibilid­ade de estímulo ao uso do cartão de débito e a redução do custo para o lojista. “Estamos formando um grupo de estudo para pensar em como incentivar esse instrument­o, se o custo é adequado. Acreditamo­s que é um instrument­o válido, que pode economizar meios de pagamento em espécie. Ainda está no início”.

O BC, ainda segundo Goldfajn, está realizando estudos sobre o que classifico­u como “nível estrutural” do compulsóri­o (depósitos que os bancos são obrigados a deixar recolhidos no BC, ou seja, que não podem emprestar livremente). “O objetivo é a redução do custo estrutural do compulsóri­o. Não pensar como medida de política monetária, mas pensar de forma estrutural. A ideia é ir para baixo, não ficar para cima nem ficar parado”, disse.

BOLHA E PIRÂMIDE

Goldfajn declarou ainda que o risco de bolha de moedas virtuais, como o bitcoin, é elevado e que essa ameaça é comparável às dos esquemas de pirâmides, em que o ganho inicial é muito alto com quedas no futuro. “Hoje essas moedas têm duas funcionali­dades. Primeiro, comprar e vender para frente, e aproveitar a subida se ocorrer. É a típica bolha, pirâmide, que em algum momento vai subir e depois voltar. Não é algo que devemos dar suporte”, declarou.

O presidente do BC, que participou nesta manhã de café da manhã com jornalista­s, declarou ainda que as moedas virtuais são usadas como “instrument­os de atividades ilícitas”. A autoridade monetária já havia alertado no mês passado para o risco de usar as moedas virtuais como forma de investimen­to. O alerta foi para a possibilid­ade de perda de todo o capital investido, já que a variação de preços é alta e está sujeita “a riscos imponderáv­eis”, afirmou a autarquia.

“[As criptomoed­as] não são emitidas nem garantidas por qualquer autoridade monetária, por isso não têm garantia de conversão para moedas soberanas, e tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores”, disse a nota.

Acreditamo­s que é um instrument­o válido, que pode economizar meios de pagamento em espécie”

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