Rio de Janeiro
Uma grande ironia é chamar o Rio de Janeiro de “Cidade Maravilhosa”, penso eu! Suas belezas naturais compostas de morros e mata atlântica estão completamente desfiguradas por favelas, que compõem, na verdade, um verdadeiro quadro de horror. Se a canção “Ave Maria do Morro”, outrora uma ode à simplicidade de vida e aos encantos de uma pobreza feliz, hoje é uma exaltação à miséria e ao abrigo de traficantes e facções criminosas. Ao Rio, caberia substituir a imagem do Cristo Redentor pela figura de Lúcifer e, assim fazer justiça, ao inferno em que aquilo se tornou. A garota do Ipanema, cantada e decantada por Vinicius e Tom Jobim, agora substituída por Tati Quebra Barraco e outros “ícones” do rap e do funk. Mario de Andrade sentado em um banco de Ipanema, em pose de contemplação, a qualquer momento, de tanto se envergonhar, se levanta e abandona o local para ser substituído por Cabral ou Garotinho. O Rio perdeu a poesia. Hoje é símbolo do malfeito, da criminalidade e da corrupção. O que políticos e empresários o transformaram levará anos para lhe adequar a algum predicado. Foi governado por bandidos, loteado por bandidos e habitado por bandidos, então, o que esperar? O pior é que no estrangeiro, o Rio nos representa e no pátrio chão serve de contaminante para o resto da nação! Estou convicto que na bandeira brasileira, propositalmente não se colocou a cor vermelha por representar o enrubescimento dos que, realmente, possam ter vergonha na cara!
RUBENS ROMAGNOLLI (engenheiro civil) – Londrina