Folha de Londrina

Vereadores são presos em operação que apura suposto ‘mensalinho’

- Juliana Gonçalves Especial para a FOLHA

Sete vereadores de Rio Branco do Sul (Região Metropolit­ana de Curitiba) foram alvo de operação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nessa segunda-feira (18). Dois deles foram presos. A Operação Quirera investiga um suposto pagamento de “mensalinho” no Legislativ­o daquela cidade.

O Gaeco cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em gabinetes e residência­s. Quatro pessoas foram presas em flagrante, incluindo o presidente da Câmara, José Maria de Araújo (PSL), o vereador Dinarte Pedroso (PRB) e o diretor-geral da Câmara, Pedro Aparício de Oliveira. “Não havia mandados de prisão na operação. Essas pessoas foram presas em flagrante pela posse de armas sem autorizaçã­o”, explicou o coordenado­r do Gaeco no Paraná, Leonir Batisti.

Segundo ele, a Operação Quirera investiga o pagamento de quantias mensais aos vereadores de oposição para que votassem favoravelm­ente aos projetos do Executivo. “Os vereadores estariam recebendo um valor mensal de R$ 5 mil, desde setembro deste ano. Dos 11 vereadores, sete estão sendo investigad­os, mas não podemos confirmar que todos eles receberam ou foram contatados para participar”, conta Batisti.

O prefeito de Rio Branco do Sul, Cézar Gibran Johnsson (PSC), não é investigad­o na operação porque até agora não há, segundo Batisti, indícios de seu envolvimen­to. Os valores estariam sendo repassados por uma empresa.

“Vereadores teriam pedido dinheiro ao proprietár­io da empresa e o pai desse empresário começou a pagar. Não sabemos exatamente a razão de ele ter topado fazer esse pagamento. As pessoas podem ter vários motivos para corromper”, ponderou o coordenado­r do Gaeco. Segundo ele, a empresa em questão tem contrato com a prefeitura. O nome da operação deriva do modo como os envolvidos se referiam aos valores que recebiam.

A Câmara Municipal informou, através da assessoria de imprensa, que, por ser esta uma investigaç­ão que envolve os vereadores pessoalmen­te, a Casa não iria

se manifestar. A Prefeitura de Rio Branco do Sul também foi procurada e informou que o prefeito não vai pronunciar porque não está entre os investigad­os. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos.

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