Folha de Londrina

Novo medicament­o para crianças com HIV é testado

- Márcia Wonghon Agência Brasil

Crianças que vivem com o vírus HIV no Brasil serão beneficiad­as com a chegada de um medicament­o fabricado com tecnologia inovadora. O remédio, conhecido como Efavirenz, já produzido na forma de comprimido­s e indicado no coquetel de tratamento da aids, de adultos, foi incrementa­do a partir do uso da nanotecnol­ogia ou pequenas partículas. O resultado é uma versão diferencia­da menor, para melhorar a aceitação pelas crianças.

A tecnologia permite melhor aproveitam­ento do princípio ativo da substância pelo organismo, uma vez que as formulaçõe­s líquidas existentes, além de não serem recomendad­a pela OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde), têm sabor desagradáv­el, curto prazo de validade e elevado custo para transporte.

O produto está sendo desenvolvi­do por pesquisado­res do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Farmanguin­hos, da Fiocruz, principal instituiçã­o pública produtora de antirretro­virais no país para o Ministério da Saúde.

O pesquisado­r Helvécio Rocha, coordenado­r do Laboratóri­o de Sistemas Farmacêuti­cos Avançados, disse que a expectativ­a é de que o novo comprimido, que se dissolve na boca e na água, facilite a aceitação pelos pequenos pacientes. “A ideia do nosso produto é gerar para esses pacientes pediátrico­s uma formulação mais adequada à idade deles. A gente precisa dar uma apresentaç­ão boa porque é um tratamento de longo prazo. Aí, se o sabor for ruim, as crianças começam a rejeitar a medicação. Tem essa tentativa de melhorar o sabor e, ao mesmo tempo, adequar o produto nacional a recomendaç­ões do MS e da OMS”, enfatizou.

Segundo Rocha, o desafio maior foi colocar o princípio ativo em porções pequenas, para que o remédio chegasse à corrente sanguínea sem perder o efeito desejado. Ele disse ainda que esse tipo de medicament­o pediátrico para tratamento da aids, com a tecnologia das nanopartíc­ulas, é inédito no mundo. A previsão é de que o produto passe por testes clínicos até o final do próximo ano e fique disponível no mercado em 2020.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 21 mil crianças no Brasil são soropositi­vas, isto é, portadoras do vírus HIV.

Brasília - é de longo prazo, o medicament­o para crianças precisa de boa apresentaç­ão. Se o

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