Verão começa nesta quinta e terá chuvas irregulares
Por causa do La Niña, que deixa clima mais seco no Sul e Norte do País, precipitações no Paraná também devem ficar abaixo da média
Overão começa às 14h28 desta quintafeira (21) e, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão é de um trimestre com chuvas acumuladas abaixo da média do Centro ao Norte do Paraná. O motivo de chuvas menos intensas é incidência do La Niña.
A agrometeorologista Ângela Beatriz Costa, do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), explicou que o fenômeno ocorre quando há resfriamento do Oceano Pacífico equatorial. “O La Niña reduz as chuvas no Sul e no Norte do País”, resumiu.
Ela destacou que antes da chuva desta quarta-feira (20), havia precipitação de apenas 2,4 milímetros em Londrina em dezembro. “A última chuva antes dessa havia ocorrido no começo do mês. Essa irregularidade vai seguir o verão inteiro. As chuvas de verão serão rápidas, fortes, acompanhadas de descargas atmosféricas e ventos fortes, mas tudo dentro da média”, apontou.
Embora haja previsão de um verão com temperaturas dentro da normalidade, se faltar chuva a tendência é de mais calor. “Em janeiro, por exemplo, elas devem atingir a máxima de 29,5ºC a 30ºC, mas pode ocorrer pico de 37ºC, embora isso seja um valor fora da média”, apontou. A expectativa para a estação é de que chova em torno de 220 mm em janeiro, 121 mm em fevereiro e 137 mm em março.
O calor intenso pode afetar significativamente a vida das pessoas e, inclusive, levar à morte. No Brasil, esta situação não é muito comum, mas, na Europa, por exemplo, em 2003, o calor ceifou a vida de 70 mil pessoas. Em 2015, outras 2.000 pessoas foram a óbito na Índia por causa das altas temperaturas.
O cardiologista Laércio Uemura, do corpo clínico do Hospital Evangélico, explicou que nos países da Europa essas mortes ocorrem pelo fato de as pessoas não estarem habituadas ao calor. Já na Índia ele apontou como possível causa as questões econômicas e a dificuldade de muitos se protegerem do sol.
Segundo o médico, no Brasil, o frio provoca 20 vezes mais mortes do que o calor, mas ressaltou que crianças, idosos e pacientes que tenham algum problema cardíaco podem ter algum tipo de problema com o aumento da temperatura. “As crianças sofrem porque não conseguem se reidratar sozinhas. Um exemplo são aquelas que os pais deixam trancados nos carros sob o sol e que podem morrer por causa disso”, lembrou.
O cardiologista explicou que a desidratação nos idosos aumenta a viscosidade do sangue e crescem as chances de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto. “Com essa elevação da temperatura há queda da pressão arterial”, alertou. Pacientes que tomam medicamentos como diuréticos ou para pressão tendem a perder líquido e eletrólitos.
Para se prevenir, o médico aconselha que as pessoas não fiquem expostas ao sol por muito tempo, se hidratem com uma quantidade de líquido maior que a habitual, evitem a atividade física nos horários de sol mais intenso, façam refeições leves, não fiquem muito tempo sem se alimentar, usem roupas mais leves, evitem a exposição direta ao sol e usem bloqueadores solares como prevenção a lesões na pele.
Brasília -