HORA DA FESTA DOS EMPRESÁRIOS
Dezembro e janeiro. Os meses das tradicionais festas de final de ano/férias são também das farras dos agentes de jogadores e dirigentes. Época de fazer aquela transferência gorda e garantir uma comissãozinha aqui, outra ali. Tempo de quem está encostado na Europa forçar a barra para voltar ao Brasil a peso de ouro e “roubar” um pouquinho por aqui. De empresário encher o saco de jornalista para “dar o furo” sobre o novo time de seu assessorado. De os clubes entrarem em barcas furadas e de dirigentes irresponsáveis afundarem esses times ainda mais nas dívidas.
A administração do futebol no país ainda é muito - bota muito nisso - amadora. Não sabem explorar as fontes de receita, não respeitam o torcedor e deixam que os clubes do exterior venham aqui buscar essa grana. Basta ver o ranking de camisas de times mais vendidas por aqui.
Mas nesta época do ano é preciso fazer aquela contratação bombástica, ou seja, gastar e muito. Hora de pagar salários de quase R$ 1 milhão paras veteranos como os atleticanos Fred e Robinho, entre outros absurdos. A questão não é nem se vale ou não vale – e para mim não vale -, mas sim se está dentro da nossa realidade. Obviamente que não.
A última loucura é a tentativa de repatriação por parte do Santos do atacante Gabigol. Mais um dos moleques mimados dessa geração das chuteiras coloridas. Um garoto que foi vendido para a Inter de Milão por quase R$ 100 milhões pelo próprio Santos, que viu a empáfia arruinar sua passagem por lá, assim como pelo Benfica. Um jogador que ganha R$ 1 milhão a cada 30 dias. “Ah, mas o Santos vai pagar ‘só’ R$ 600 mil por mês”. Só?
Cada vez menos os garotos da base vão tendo oportunidade nas equipes principais dos grandes times brasileiros. Cada vez mais essa molecada vai embora do Brasil cedo. Cada vez mais os clubes vão se atolando em dívidas. Cada vez mais futebol vira dinheiro. Cada vez mais os estádios vão ficando vazios. Feliz 2018 a você e que o seu time não entre nesse leilão da bola.