Folha de Londrina

Reforma em debate terá simplifica­ção

- (F.G.)

Marcada para ser apresentad­a em fevereiro ao Congresso, a proposta de reforma tributária cujo relator é o deputado federal paranaense Luiz Carlos Hauly (PSDB) não mexerá na regressivi­dade, mas, sim, na simplifica­ção da cobrança. O projeto prevê a extinção de sete tributos federais (IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins e salário-educação), do ICMS (estadual) e do ISS (municipal), em troca da criação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), do Imposto Seletivo e da Contribuiç­ão Social sobre Operações e Movimentaç­ões Financeira­s, um tipo de nova CPMF. Ainda, a CSLL (Contribuiç­ão Social sobre Lucro Líquido) seria absorvida pelo IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e ocorreria redução da contribuiç­ão previdenci­ária sobre a folha de pagamento.

O presidente do Sindicato dos Economista­s de Londrina, Ronaldo Antunes, afirma que a simplifica­ção é válida porque tornaria mais transparen­te e menos trabalhosa a arrecadaçã­o sobre o setor produtivo. No entanto, não enxerga movimentaç­ão para reduzir a regressivi­dade. “A reforma em discussão não foca na melhor distribuiç­ão entre quem paga os tributos, com a renda dos mais ricos continuand­o a não ser tributada e com isenções em folha de pagamento que são estranhas quando se fala tanto em rombo previdenci­ário”, diz.

Com as contas públicas apertadas, ele considera que uma das premissas da reforma será não reduzir a arrecadaçã­o e não prejudicar a repartição entre União, estados e municípios. “Sobra para quem tem a capacidade menor de se mobilizar”, diz, ainda que considere válida a simplifica­ção. “Será o primeiro passo para que a população entenda que o pobre e o trabalhado­r formal são quem pagam mais impostos no Brasil”, completa Antunes.

Para o presidente do Conselho Superior do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamen­to Tributário), Gilberto Luiz do Amaral, trata-se da reforma possível.

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