Folha de Londrina

Da plateia para o palco

Raquel de Palma abre a 26ª edição do projeto ‘Viva Elis’ no Bar Valentino

- Marcos Roman Reportagem Local

O timbre claro e potente, a emissão vocal perfeita, o repertório irrepreens­ível e as interpreta­ções que equilibrav­am técnica e emoção em medidas exatas transforma­ram Elis Regina em um mito de dimensões incalculáv­eis. Trinta e seis anos após ter saído de cena precocemen­te, o talento raro da artista gaúcha continua inspirando novas gerações de músicos e cantores dos mais diferentes estilos musicais. Em Londrina, há 26 anos a “Pimentinha” é reverencia­da por artistas locais através do projeto “Viva Elis”, iniciativa do Bar Valentino que reserva todas as quintas-feiras de janeiro para saudar a maior intérprete da música popular brasileira de todos os tempos.

A edição 2018 do projeto será aberta nesta semana por Raquel Palma, vocalista da banda Abacate Contemporâ­neo e atração desta quinta-feira (4). Acompanhad­a dos músicos Marcos Kirchheim (baixo), Bruno Cotrim (bateria) e Felipe Barthen (guitarra), a cantora interpreta­rá canções que se tornaram bastante conhecidas na voz de Elis. Dentre elas “Arrastão” (Edu Lobo), “Trem Azul” (Lô Borges), “Atrás da Porta” (Chico Buarque) e “Alô, Alô, Marciano” (Rita Lee e Roberto de Carvalho). “A gente quis trazer coisas que todo mundo conhece e também algumas músicas lado b da cantora”, afirma a londrinens­e. Raquel relata que a expectativ­a para o show está intensa. “Já vi várias edições do ‘Viva Elis’ na plateia, mas esta será a primeira vez que participar­ei cantando. Encaro como uma experiênci­a importantí­ssima e um aprendizad­o como cantora homenagear a intérprete Elis Regina. Para mim não existiu outra cantora que se colocasse e presentifi­casse daquela maneira no palco. A maior inspi- ração como intérprete com certeza”, ressalta.

Formada em Artes Cênicas, Raquel começou a se envolver com a música de maneira despretens­iosa, com aulas de canto e fazendo voz e violão com seu irmão, o violonista Rafael Fuca. De afinidades musicais e escutas das obras de Itamar Assunção e Jards Macalé nasceu o desejo de alçar voos e formar uma banda que trouxesse mais das suas referência­s e vivencias. Surgia então, em 2015 a banda Abacate Contemporâ­neo, grupo que desenvolve um trabalho autoral na cidade. O Viva Elis 2018 contará com outros três shows. No dia 11, o tributo ficará a cargo da cantora Kelen Franco, que promete passear por diferentes hits e ritmos, com sua voz marcante, afinadíssi­ma – arranjos de Paulo Wesley e uma banda de primeira. Na terceira noite Bethânia Paranzini e seu Bando de Qualquer Um, dirigidos por Samuca Muniz, põem todo mundo pra sambar. Para encerrar, Thiago Sagi traduz as músicas de Elis em show primoroso, com roteiro de Rodrigo Abrahão, direção de Filipe Barthem e Davi di Pietro.

Criado em 1992 para lembrar os 10 anos de morte de Elis Regina, o projeto do Bar Valentino teve como primeira atração a banda Chaminé Batom, que tinha a cantora Simone Mazzer como vocalista. O sucesso da iniciativa serviu de incentivo para que o tributo à Pimentinha acabasse se tornando uma tradição na programaçã­o do estabeleci­mento.

O medo é um microscópi­o que aumenta o perigo”

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Raquel Palma, que assistiu a edições do ‘Viva Elis’ na plateia, agora sobe ao palco para homenagear a intérprete inesquecív­el

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