Folha de Londrina

EM LONDRINA

- Leandro Colon Folhapress

Preço da gasolina em dezembro foi 11% superior ao praticado no início de 2017

O ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es) afirma que o governo vai atuar contra o movimento das empresas de telefonia para revisar o decreto que garante a isonomia na internet (neutralida­de de rede), princípio que impede as teles de cobrar mais dos clientes para determinad­os serviços digitais.

As teles prometem pressionar por uma mudança depois de decisão em dezembro do FCC (Federal Communicat­ions Commision), a agência de telecomuni­cações dos EUA, que derrubou regras que impediam tratamento­s diferencia­dos na oferta de internet ou “microgestõ­es” pelas teles do tráfego de dados em suas redes.

Segundo Kassab, o governo de Michel Temer é contra o fim da neutralida­de no Brasil. “É posição do governo. Somos contra. Eu pessoalmen­te sou contra. O Brasil não está preparado para essa discussão. É uma decisão de poder político. Não terá iniciativa política neste sentido.”, disse.

“Nós temos que ainda expandir muito o uso da banda larga. Estamos iniciando o programa Internet para Todos [projeto do governo para levar banda a larga a regiões mais pobres]. Há regiões do Brasil que, adensadas, não têm internet. Não está na hora de discutir a neutralida­de ou não. Está na hora de expandir a internet. Isso [fim da neutralida­de] ficará para as próximas gerações”, disse.

O objetivo da mudança nos EUA é permitir, entre outras coisas, o bloqueio de acessos a determinad­os conteúdos ou aplicativo­s, a degradação da velocidade de navegação ou o pagamento extra para que determinad­os apps de vídeo ofereçam filmes em alta definição mais rápido que pelas conexões convencion­ais.

Brasília –

DECRETO DA DILMA

Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff assinou decreto que proíbe esse tipo de prática no Brasil. Com isso, no fluxo de informaçõe­s pela rede as teles não podem deixar que ninguém “fure a fila” das conexões. Ou seja, um e-mail tem o mesmo peso de um vídeo do YouTube.

A neutralida­de pressupõe que as operadoras não podem, à revelia, determinar quem tem prioridade na fila das conexões. As teles tentam quebrar esse paradigma no setor desde 2014, quando o Marco Civil foi aprovado pelo Congresso.

A alegação é que não haverá prejuízo para os consumidor­es mesmo se houver tratamento diferencia­do com a cobrança extra para pacotes com garantia de entrega mais rápida de vídeos em alta qualidade.

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Shuttersto­ck Isonomia na rede é o princípio que impede as teles de cobrar mais dos clientes para determinad­os serviços digitais

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