Eleições e mensagens governamentais devem pautar discussões na Assembleia
Os deputados estaduais retomam os trabalhos na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná em 5 de fevereiro, após um mês e meio de férias. E, se 2017 foi considerado um ano “morno”, de poucas polêmicas, a expectativa para 2018 é de ainda mais calmaria. Tanto o líder do governo Beto Richa (PSDB) na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), como o vice-líder da oposição, Requião Filho (PMDB), afirmam que a proximidade do pleito de outubro tende a esfriar os ânimos no Parlamento.
De projetos controversos pendentes de votação estão apenas o “Escola sem Partido”, de autoria de Missionário Ricardo Arruda (DEM), que pretende restringir discussões sobre política e sexualidade nos colégios públicos do Estado, e o 527/2016, reduzindo em quase 70% a Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, de 392 mil para 126 mil hectares. Não há, porém, previsão de quando eles serão levados a plenário.
“É um ano diferente, porque acaba sendo mais pautado pela questão específica envolvendo as eleições. Teremos aí uma definição se o governador sai ou não do cargo. Se ele sair, o cenário é um. Tem todo o processo de transição. Se não sair, é outro”, disse o político do PSB. Caso se lance como pré-candidato ao Senado, Beto terá de se afastar da chefia do Executivo em abril. Neste caso, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) assume e, como já adiantou, entra na disputa pela sucessão do tucano. Outros pré-candidatos confirmados são Ratinho Jr. (PSD), Osmar Dias (PDT) e César Silvestre Filho (PPS).
De qualquer forma, Romanelli garante que o processo de ajuste fiscal, implementado em razão da crise nacional, continua. “O cenário econômico do País não recomenda um abrandamento de adoção dessas medidas de redução de despesas. A racionalização no âmbito do Executivo e dos outros poderes é necessária, para termos
Curitiba -
equilíbrio entre receitas e despesas. Temos uma pendência, que é a questão do pagamento da data-base dos servidores, mas isso depende das receitas. Se houver disponibilidade financeira, certamente vamos fazer”, contou.
Segundo ele, um dos problemas enfrentados hoje pela administração é o crescimento da folha de inativos. “No ano passado, cresceu 16%. Isso significa que vamos contratar mais servidores, fazer concurso, e pagar salários”, prosseguiu. O deputado não quis adiantar quais mensagens serão enviadas à AL no primeiro semestre. “Tem várias medidas estudadas; nada pirotécnico ou radical. A partir de fevereiro devemos mandar. Mas ainda estão com o Executivo”, completou.
Na avaliação de Requião Filho, o ano será “desesperador”. “Vamos ter de desmentir todas as promessas eleitorais que eles [governo] vão fazer. São R$ 120 milhões que pretendem destinar para propaganda até agosto. Imagine. Vão prometer tudo. Será um ano difícil, de muito trabalho.” O peemedebista comentou que não espera um novo “pacotaço” de Beto. “Eu acho que o Romanelli está blefando, porque eles estão é perdendo o comando da base, com essas brigas dos grupos da Cida e do Ratinho. Está mais difícil convencer os deputados.”
A tendência é de que a maioria dos deputados estaduais, caso de Requião Filho, tente a reeleição. “Aumenta a nossa responsabilidade, de dividir mandato com campanha. Tem de acompanhar os trabalhos, votações, projetos... Começa agora essa história de não ter sessão, de emendar. Acho que é um momento crítico frente à opinião pública e é preciso estar de olho no que vão fazer”, opinou o oposicionista. Ele negou ainda que a bancada esteja enfraquecida, uma vez que só dispõe de sete integrantes, dentre os 54 políticos da Casa hoje com mandato. “A Justiça tem nos dado decisões favoráveis e o tempo vai mostrando que tínhamos razão; que não somos oposição só por ser.”
É um ano diferente, porque acaba sendo mais pautado pela questão específica envolvendo as eleições” Aumenta a nossa responsabilidade, de dividir mandato com campanha. Tem de acompanhar os trabalhos, votações, projetos”