Folha de Londrina

STF prorroga investigaç­ões sobre Dirceu, Jucá e Renan

A ministra Cármen Lúcia decidiu estender por 30 dias o prazo para que a Procurador­ia-Geral da República apure os casos

- Rafael Moraes Moura Amanda Pupo Agência Estado Brasília -

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, prorrogou pelo prazo de 30 dias as investigaç­ões sobre o ex-deputado e ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PTSP), os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR) e o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União.

A Procurador­ia-Geral da República (PGR) havia pedido ao STF a prorrogaçã­o das apurações por um período de 60 dias, mas Cármen decidiu estendê-las pela metade do tempo. “O princípio constituci­onal da razoável duração do processo (artigo 5º, inciso LXXVIII, da CR/88) impõe-se em benefício da continuida­de da ação em respeito ao direito à sociedade, pelo que quanto menor a descontinu­idade das providênci­as processuai­s tanto maior o respeito àquele princípio”, escreveu nas decisões.

“Daí porque deve o Estado prover os órgão investigat­órios da estrutura necessária para a rápida apuração das investigad­o, neste inquérito movimentad­o por Cármen, junto do deputado Marco Maia (PT-RS), por ter, supostamen­te, recebido propina para agir por interesses de empreiteir­os na Comissão Parlamenta­r Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, de 2014. Ele era, na ocasião, senador e presidente da CPMI, com Maia na vice-presidênci­a.

Instaurado com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht, o inquérito que investiga Cunha Lima mostra que os colaborado­res narraram que, em meados de 2014, ele solicitou e recebeu, por meio de um intermediá­rio chamado “Luís”, o valor de R$ 800 mil da empreiteir­a. A soma teria sido repassada a Cunha Lima, então candidato a governador da Paraíba, com a expectativ­a de receber futura contrapart­ida e de realizar obra de saneamento no Estado.

Objeto de investigaç­ão com deputado Zeca Dirceu (PTPR), seu filho, José Dirceu também teve o inquérito instaurado em abril, após a delação da Odebrecht. Delatores afirmaram que, entre 2010 e 2014, foram efetuados, a pedido do ex-deputado do PT de São Paulo e ex-chefe da Casa Civil, repasses para a campanha eleitoral de Zeca Dirceu, no valor de R$ 250 mil cada, por meio do Setor de Operações Estruturad­as. O colaborado­r ainda afirma que esteve com José Dirceu por várias vezes, quando discutiram eventuais negócios privados que ele pudesse intermedia­r.

Já Calheiros e Jucá são suspeitos de terem recebido R$ 5 milhões do grupo empresaria­l para trabalhar pela aprovação da Medida Provisória (MP) 627/2017, que garantiu vantagens a empresas que atuavam no exterior. Os investigad­os negam as acusações.

infrações penais. O direito ao processo penal sem procrastin­ação é da vítima, do réu e da sociedade. O atraso no processo somente interessa a quem não tem razão, independen­te do polo ocupado na relação jurídico-processual”, prosseguiu.

INVESTIGAÇ­ÕES A presidente do STF tem mantido ativos processos, entre eles investigad­os no âmbito da Operação Lava Jato, durante o recesso do Supremo, que volta as atividade regulares no dia 1º Vital do Rêgo é

O atraso no processo somente interessa a quem não tem razão, independen­te do polo ocupado na relação jurídico-processual”

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Rosinei Coutinho/STF Em vez dos 60 dias solicitado­s pela PGR, a presidente do Supremo concedeu a metade do prazo para a conclusão das investigaç­ões
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