Folha de Londrina

Gasolina subiu quatro vezes mais que a inflação

Última pesquisa da ANP de 2017 mostra média do valor do combustíve­l em Londrina de R$ 4,141, 11% maior que a do início do ano

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Olondrinen­se pagou em média R$ 4,141 pelo litro de gasolina no final de dezembro, um preço quase 11% maior que o da primeira semana de 2017. A variação equivale a quatro vezes o índice de inflação oficial (IPCA) projetado para o ano passado (2,78%), segundo o último Boletim Focus, do Banco Central. Já o valor médio do etanol no fim de 2017 em Londrina (R$ 2,928) era apenas 2,6% maior que o do começo do ano. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis).

Até junho, os preços dos dois combustíve­is apresentar­am curvas descendent­es, mas dispararam no segundo semestre (veja gráfico). O aumento de julho a dezembro foi de cerca de 20%. Embora pese bastante no bolso do consumidor, o preço médio da gasolina em Londrina não é dos mais altos. De uma lista de 86 municípios pesquisado­s na Região Sul pela ANP, o valor de Londrina no final de 2017 era o 55º maior. Em geral, a gasolina é mais cara no Rio Grande do Sul e mais barata em Santa Catarina. Os preços do Paraná são intermediá­rios.

Das 29 cidades paranaense­s abrangidas pelo levantamen­to, somente 10 fecharam o ano com gasolina mais barata que a de Londrina. Entre elas, Cambé (R$ 4,040), Curitiba (R$ 4,002) e cidades da região metropolit­ana da capital, que ficam próximas à refinaria da Petrobras, em Araucária.

Rui Cichella, presidente do Sindicombu­stíveis PR – sindicato que representa os postos no Estado -, diz que a forte alta da gasolina no ano passado se deve à nova política da Petrobras, que deixa os preços flutuarem de acordo com os valores internacio­nais do petróleo, mas também à tributação. “É preciso lembrar que o governo federal aumentou os impostos sobre a venda de combustíve­is em julho do ano passado. E que esse imposto tem maior peso sobre a gasolina que sobre o etanol”, justifica.

Apesar de não ser definido pela estatal petrolífer­a, o preço do etanol mantém relação com o do combustíve­l fóssil. “A gasolina é um concorrent­e do álcool. Se um sobe o outro tem de subir”, declara. No entanto, o valor do etanol varia mais em função da safra da cana-de-açúcar. “Como estamos na entressafr­a (dezembro a março), a tendência é de o etanol ficar mais caro neste período”, conta.

Mas o fato de o preço da gasolina ter subido muito nos últimos meses deve servir de incentivo para os usineiros e a oferta de cana-de-açúcar tende a ser maior na nova safra, o que, segundo Cichella, vai garantir preços mais baixos para o etanol após o início da colheita. valem a partir deste sábado (6). A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrênc­ia de importador­es. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariament­e. Além da concorrênc­ia, na decisão de revisão de preços pesam as informaçõe­s sobre o câmbio e as cotações internacio­nais.

NOVO REAJUSTE A Petrobras anunciou novo reajuste para os combustíve­is, com queda de 1,10% no preço da gasolina nas refinarias e recuo de 1,70% no preço do diesel. Os novos valores Estado) (Com Agência

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Marcos Zanutto Das 29 cidades paranaense­s pesquisada­s pela ANP, somente 10 fecharam o ano com gasolina mais barata que a de Londrina, entra elas Cambé e Curitiba

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