Árvore recebeu cuidados especiais para o transplante
A transferência e o transplante de árvores de um local para outro não são tarefas simples, apesar de comuns. Por isso, devem ser feitos por empresas e profissionais especializados. O engenheiro agrônomo e paisagista da Flora Decari, Ricardo Armando, responsável por levar a jabuticabeira de Bela Vista do Paraíso até Londrina, diz que a primeira medida, antes de realizar o procedimento, foi avaliar a saúde da planta e o local em que estava e se era possível ser acessado pelo maquinário.
Alguns meses antes do transplante, a jabuticabeira recebeu cuidados especiais, como a rega diária. O paisagista explica que o torrão – bloco de terra e raízes – foi embalado e arramado aos cabos para que a árvore fosse içada pelo caminhão. A retirada foi feita em aproximadamente três horas. No mesmo dia, a jabuticabeira, com aproximadamente 5 metros de altura, após uma pequena poda, chegou a Londrina e foi plantada no novo espaço. A adaptação foi excelente e poucos meses mais tarde os moradores já puderam colher os frutos do pé.
Armando diz que o transporte de árvores tem ficado cada vez mais frequente e, às vezes, esse tipo de operação pode sair até mais barato do que a compra de uma planta de grande porte. A jabuticabeira e a pitangueira, segundo ele, são as mais procuradas pelas famílias. O paisagista diz que muitos pais querem que os filhos tenham contato mais próximo com a natureza e levem para o futuro a mesma lembrança que tiveram durante a infância.
A jabuticabeira é nativa 100% do Brasil, possui porte médio e pode chegar a até 9 metros de altura, dependendo da espécie. A árvore é comumente associada à fartura, abundância, prosperidade, pela quantidade de frutos que produz. É uma planta que se adapta bem a jardins, quintais, pomares e até vasos, porque cresce lentamente. Ela leva de 10 a 15 anos para frutificar – a safra ocorre de agosto a setembro e de janeiro a fevereiro -, mas, quanto mais velha, mais produtiva fica.
MEMÓRIA AFETIVA
A dona da Casa Jabuticaba, que prefere não ser identificada na reportagem, conta que a árvore trazida a Londrina foi plantada pelo pai e o tio na casa em que morou durante a infância em Bela Vista do Paraíso. “Desde criança eu subia no pé”, lembra. O maior medo era que a planta morresse após o transplante, mas ela se adaptou muito bem ao novo endereço. “Meu filho adora. Sobe no pé e colhe os frutos”, comemora.
(A.S.)