Folha de Londrina

Presente em mais de 60 países, Engenheiro­s sem Fronteira atua para melhorar a qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabil­idade

ONG Engenheiro­s sem Fronteiras tem o objetivo de ajudar a melhorar qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabil­idade

- Vítor Ogawa Reportagem Local

No Brasil existem cursos para 34 tipos de engenharia, como a civil, mecânica, química, ambiental, naval, entre outros. Imagine se os profission­ais desses cursos dedicassem ao voluntaria­do, promovendo o desenvolvi­mento humano e sustentáve­l? Essa é a ideia da ONG Engenheiro­s sem Fronteiras, que surgiu na França nos anos 1980 e logo se espalhou por mais de 60 países. No Brasil, a organizaçã­o foi fundada em 2010 e hoje conta com 61 núcleos, somando cerca de 1,5 mil voluntário­s. No Paraná a organizaçã­o existe em Curitiba e em Maringá (Noroeste).

A presidente da organizaçã­o no Brasil, Natalia D’Alessandro, diz que o objetivo da ONG é ajudar a melhorar a qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabil­idade. “Queremos levar conhecimen­to do engenheiro para crianças e jovens de escolas públicas, por meio de oficinas de educação ambiental e de ciências exatas. Elaboramos também projetos mais técnicos, de engenharia mesmo, como a adaptação de locais para ONGs ou no melhoramen­to da eficiência energética dentro de comunidade­s”, explica, acrescenta­ndo que os projetos são desenvolvi­dos e executados por voluntário­s locais, que se envolvem pessoalmen­te com os membros da comunidade. “Também realizamos campanhas de arrecadaçã­o de donativos, de doações de sangue e projetos de sustentabi­lidade, como de conservaçã­o de árvores.”

No Brasil, a organizaçã­o surgiu na cidade de Viçosa (MG). “Hoje existem núcleos com mais de 50 voluntário­s, mas há também núcleos de cidades menores com cinco ou dez voluntário­s, além da diretoria executiva”, disse a presidente da ONG, acrescenta­ndo que a criação de núcleos está suspensa temporaria­mente porque está passando por um processo de reformulaç­ão. “Mas os interessad­os em criar um núcleo devem mandar um email para desenvolvi­mento@ esf-brasil.org”, acrescento­u.

No Paraná existem dois núcleos ativos credenciad­os, o de Curitiba e o de Maringá. O núcleo da capital teve início com a reunião de alguns estudantes de engenharia da UFPR (Universida­de Federal do Paraná), no ano de 2015. O do município do Noroeste surgiu em julho de 2015. “Nosso núcleo surgiu dentro da UEM (Universida­de Estadual de Maringá) por intermédio de nossa ex-presidente Paula Stocco. Mesmo funcionand­o dentro da UEM, temos membros participan­tes de outras faculdades da cidade”, afirmou o atual presidente do núcleo maringaens­e Hewerton Carrijo.

Entre os projetos realizados pelo núcleo maringaens­e da ONG Engenheiro­s sem Fronteiras está o desafio CTI (Ciência, Tecnologia e Inovação) - Edição Smart City. A última edição buscou incentivar o desenvolvi­mento de soluções inovadoras para a resolução de problemas que impactam a cidade. “O vencedor desenvolve­u um sistema de monitorame­nto de combate à dengue”, explicou Carrijo, acrescenta­ndo que casos de dengue, focos, vistorias e acompanham­ento podem ser realizados por meio de um aplicativo, conectado aos agentes de saúde, órgãos de fiscalizaç­ão e a comunidade.

“Houve outras ideias inovadoras, como um aplicativo que possibilit­a a denúncia de violência contra as mulheres no transporte público em tempo real, dentro do próprio ônibus. Esse aplicativo permite que se tenha um índice da quantidade de casos registrado­s”, destacou Carrijo.

Outro projeto desenvolvi­do pela ONG é Oficina, destinado a alunos de escola pública do ensino médio e que tem o objetivo de despertar o interesse pelas

ciências exatas e a cursarem engenharia. Pelo projeto Alimentand­o a Consciênci­a, outra atividade desenvolvi­da pela ONG, foi criado um processo educativo no RU (restaurant­e universitá­rio) da Universida­de Estadual de Maringá. Um plano de comunicaçã­o foi desenvolvi­do pela equipe para levar informação aos usuários do RU sobre o consumo responsáve­l para evitar o desperdíci­o de alimentos. “A gente conseguiu a redução de 7% de desperdíci­o dos alimentos”, calculou.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil