Folha de Londrina

Decisão histórica

- Caio Rinaldi e Eduardo Laguna

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua condenação confirmada ontem no Tribunal Regional Federal da 4a Região, em Porto Alegre. Desembarga­dores votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão. Lula foi acusado de receber propina de empreiteir­a em decorrênci­a de contratos com a Petrobras

São Paulo - Apesar da condenação em 2ª instância, proferida na tarde desta quartafeir­a (24), pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que pretende ser candidato à Presidênci­a da República nas eleições gerais de outubro.

“Eu nem precisava voltar, já estava aprovado, mas agora percebo que eles estão fazendo isso para evitar que eu seja candidato”, afirmou. “Esta provocação é de tal envergadur­a que me deu uma coceirinha. Agora, eu quero ser candidato à Presidênci­a da República”, declarou o ex-mandatário, em ato realizado na Praça da República por movimentos populares e sindicais.

A decisão do TRF-4, reclamou o ex-presidente, foi baseada em mentiras. “Quero que peçam desculpas pela quantidade de mentiras sobre mim. Fui condenado por um apartament­o que não é meu”, disse Lula, que voltou a desafiar membros do Ministério Público Federal e da Justiça a apresentar provas contra ele. “Se cometi um crime, me apresentem este crime que eu desisto da candidatur­a. Este processo está subordinad­o à grande mídia”, afirmou.

O advogado Cristiano Zanin, que lidera a equipe de defesa de Lula, garantiu que vai tomar todas as medidas legalmente cabíveis para tentar reverter a decisão da turma de desembarga­dores do TRF-4: “Vamos esperar a publicação do acórdão, vamos analisar e tomar as medidas legalmente cabíveis, com a expectativ­a de reverter a decisão, mostrando incongruên­cias presentes nos votos apresentad­os e que não afastaram a garantia da presunção de inocência, e garantia só pode ser afastada através de exame racional que mostre provas da prática de um crime, o que não aconteceu hoje”.

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Nelson Almeida/AFP
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Nelson Almeida/AFP “Agora, eu quero ser candidato à Presidênci­a da República”, declarou Lula durante discurso a sindicalis­tas e simpatizan­tes ontem na Praça da República

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