Decisão histórica
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua condenação confirmada ontem no Tribunal Regional Federal da 4a Região, em Porto Alegre. Desembargadores votaram por aumentar a pena do petista para 12 anos e um mês de prisão. Lula foi acusado de receber propina de empreiteira em decorrência de contratos com a Petrobras
São Paulo - Apesar da condenação em 2ª instância, proferida na tarde desta quartafeira (24), pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que pretende ser candidato à Presidência da República nas eleições gerais de outubro.
“Eu nem precisava voltar, já estava aprovado, mas agora percebo que eles estão fazendo isso para evitar que eu seja candidato”, afirmou. “Esta provocação é de tal envergadura que me deu uma coceirinha. Agora, eu quero ser candidato à Presidência da República”, declarou o ex-mandatário, em ato realizado na Praça da República por movimentos populares e sindicais.
A decisão do TRF-4, reclamou o ex-presidente, foi baseada em mentiras. “Quero que peçam desculpas pela quantidade de mentiras sobre mim. Fui condenado por um apartamento que não é meu”, disse Lula, que voltou a desafiar membros do Ministério Público Federal e da Justiça a apresentar provas contra ele. “Se cometi um crime, me apresentem este crime que eu desisto da candidatura. Este processo está subordinado à grande mídia”, afirmou.
O advogado Cristiano Zanin, que lidera a equipe de defesa de Lula, garantiu que vai tomar todas as medidas legalmente cabíveis para tentar reverter a decisão da turma de desembargadores do TRF-4: “Vamos esperar a publicação do acórdão, vamos analisar e tomar as medidas legalmente cabíveis, com a expectativa de reverter a decisão, mostrando incongruências presentes nos votos apresentados e que não afastaram a garantia da presunção de inocência, e garantia só pode ser afastada através de exame racional que mostre provas da prática de um crime, o que não aconteceu hoje”.