Folha de Londrina

Vereadores londrinens­es negam envolvimen­to em esquema corrupto

Dos 11 investigad­os pelo Gaeco, até ontem, apenas três cumpriram medida cautelar para colocação de tornozelei­ra eletrônica

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Overeador afastado Rony Alves (PTB) foi o primeiro dos 11 investigad­os pela Operação ZR-3 do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) a comparecer ao Creslon (Centro de Reintegraç­ão Social de Londrina), na zona leste, para instalação da tornozelei­ra no início da tarde dessa quarta-feira (24). De acordo com o advogado de Alves, Maurício Carneiro, a defesa ainda não teve acesso ao processo para poder tomar decisões para entrar com recurso na Justiça. “Eu conversei com ele (Rony) e ele está muito tranquilo, não cometeu nada ilícito, nada irregular, nada de imoral. Nós precisamos saber o que se trata, se alguém envolveu o Rony de forma indevida”, disse Carneiro. A defesa pediu ao Ministério Público acesso às informaçõe­s da investigaç­ão.

O presidente da Câmara Municipal de Londrina, Mario Takahashi (PV), também cumpriu a medida cautelar imposta pela Justiça. Ele negou qualquer envolvimen­to no suposto esquema e disse que não obteve acesso ao teor da denúncia. “Pegou a todos nós de surpresa, a mim de surpresa”, disse logo após receber o equipament­o de monitorame­nto eletrônico ontem no fim da tarde. Takahashi refutou qualquer suspeita atitude ilegal nos projetos de lei de mudança de zoneamento apresentad­os na Casa. “É uma prerrogati­va dos vereadores apresentaç­ão desses projetos. Estou tranquilo em relação a qualquer acusação, todos meus processos são transparen­tes, são probos em relação a propositur­a e estão abertos para investigaç­ão.”

Na residência e no gabinete dos vereadores foram cumpridos mandados de busca e apreensão. O Gaeco apreendeu os celulares e os computador­es dos dois envolvidos. Também na tarde de ontem o assessor do vereador

AFASTADO

O procurador-geral do Município de Londrina, João Luiz Esteves, informou que, em virtude da Operação ZR3, afastou o ex-secretário municipal de Obras e diretor de Loteamento da secretaria Ossamu Kaminagaku­ra, que é servidor efetivo da secretaria. Em nota encaminhad­a pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina, informou que a atual gestão está auxiliando o Gaeco no que é necessário à investigaç­ão. E ainda que, por correr em segredo de Justiça, “todas as informaçõe­s requisitad­as serão enviadas diretament­e ao Gaeco e ao juízo da 2ª Vara Criminal, que comandam o processo de investigaç­ão”.

Os demais investigad­os devem cumprir medida cautelar até a manhã desta quinta-feira (25). A FOLHA não conseguiu contato com a defesa de Kaminagaku­ra e dos demais investigad­os: a expresiden­te do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina) Ignes Dequech Alvares; o ex-secretário municipal do Ambiente, empresário e membro do CMC Cleuber Moraes Brito; o empresário e também notícia de envolvimen­to de dois ex-secretário­s da sua gestão envolvidos no suposto esquema de corrupção ocorrido na Câmara. Brito foi secretário de Ambiente por um período de alguns meses e Dequech foi presidente do Ippul na sua gestão. “Se eu tivesse qualquer tipo de conhecimen­to desse esquema eu tomaria todas as medidas apropriada­s para denunciar.”

O ex-prefeito não é alvo de investigaç­ão do Gaeco, entretanto, disse estar disposto a colaborar

Quem pisa na bola tem que ser investigad­o e julgado. A gente torce para que haja punição” Rony Alves, Evandir Duarte de Aquino, recebeu a tornozelei­ra. “A gente não sabe de nada que está sendo investigad­o”, disse Aquino ao entrar no prédio do Creslon. membro do conselho Luiz Guilherme Christino Alho; e os empresário­s Brasil Filho Theodoro Mello de Souza, José Lima Castro Neto, Homero Wagner Fronja e Vander Mendes.

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