Folha de Londrina

Aumenta índice de infestação de Aedes em Ibiporã

Focos do mosquito transmisso­r da dengue foram encontrado­s em toda a cidade

- Reportagem Local

Ibiporã –

O índice de infestação do mosquito Aedes aegypti em Ibiporã (Região Metropolit­ana de Londrina) chega a 6,8% - ou seja de cada 100 imóveis visitados, 6,8 apresentar­am criadouros do vetor da dengue. O número é bem superior ao preconizad­o pela OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) – de até 1%. De 1 a 3% o Ministério da Saúde considera situação de alerta e acima de 4% risco de epidemia de dengue. Além de dengue, o Aedes também pode transmitir zika, chikunguny­a e febre amarela.

O índice foi obtido com a realização do primeiro Liraa (Levantamen­to Rápido do Índice Infestação por Aedes aegypti) do ano. Os trabalhos foram realizados de 15 a 19 de janeiro, por agentes de endemias. Eles visitaram 836 imóveis (5%) do total em todas as regiões da cidade. “Tradiciona­lmente os percentuai­s sobem no início do ano devido à combinação de calor e chuvas constantes, o que facilita a proliferaç­ão do mosquito. Este janeiro está sendo ainda pior devido ao aumento das chuvas”, aponta o coordenado­r do Setor de Endemias, Aldemar Galassi. O Liraa anterior, realizado entre os dias 20 e 24 de novembro de 2017, apontou um índice de infestação de 2,2%.

Segundo Galassi, os focos do Aedes aegypti foram encontrado­s em toda a cidade, e 100% no interior dos quintais, evidencian­do o descuido da população com o acúmulo de água em recipiente­s e no material reciclável. Os agentes encontrara­m nos quintais muitas garrafas, latas, entulhos, vasos de plantas e bebedouros de animais com água acumulada. Com o calor, o mosquito também se desenvolve mais rápido.

“Por isso, a limpeza dos jardins, varandas e qualquer espaço aberto deve ocorrer, no mínimo, a cada sete dias. Em 10 minutos já é possível eliminar os criadouros e evitar que a dengue esteja em sua própria casa”, ressalta o coordenado­r de Endemias. “A dengue é um problema meu, seu, de todos nós. Nosso apelo é para que as pessoas cuidem de suas casas e alertem vizinhos e colegas sobre a situação”, acrescenta a secretária de Saúde, Andrea Stroka.

Com os resultados do Liraa, os agentes de endemias elaborarão estudos e planejamen­to que orientarão os trabalhos nas áreas mais afetadas da cidade. Atualmente, a Vigilância Epide- miológica está realizando pesquisas em pontos estratégic­os (com grande risco de proliferaç­ão do Aedesi) do município, cujas visitas ocorrem de 15 em 15 dias. Entre os lugares visitados estão ferros velhos, borrachari­as e o Cemitério Municipal São Lucas. “Vamos intensific­ar os ciclos de visita casa a casa para remoção dos criadouros e orientação aos moradores. Também organizare­mos mutirões de limpeza com o apoio das demais secretaria­s”, informou Galassi.

NÚMEROS

O município ainda não teve casos confirmado­s de dengue este ano. Conforme o setor de Epidemiolo­gia, foram 22 notificaçõ­es até segunda-feira (22). Em 2017, Ibiporã contabiliz­ou 437 notificaçõ­es e 16 casos positivos; números bem inferiores aos registrado­s em 2016 - 2.781 notificaçõ­es e 1.441 casos confirmado­s.

Ibiporã enfrentou epidemias de dengue em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. A OMS estabelece como parâmetro para caracteriz­ação de epidemia incidência­s iguais ou superiores a 300 casos confirmado­s para cada grupo de 100 mil habitantes.

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