ALEGRIA MÚLTIPLA
Há 40 anos, nascimento de quadrigêmeos em Londrina foi notícia nacional. Os pais Sueli e Klaiton Felizardo guardam como relíquias as bicicletas usadas pelas crianças. A mãe recorda as dificuldades, como preparar oito mamadeiras a cada três horas, e o apoio de parentes e amigos para cuidar de Kléber e Kátia (foto) e Klaiton Junior e Klíssia
Até hoje o casal Sueli e Klaiton Felizardo mantém as bicicletas que os quadrigêmeos usavam quando crianças. Elas foram restauradas e servem como objetos de decoração. Os quadrigêmeos cresceram, se formaram, casaram e vivem em diferentes cidades. A reportagem conversou com dois deles. “Para mim sempre foi normal ser um dos quadrigêmeos. Gosto do companheirismo e da amizade que tinha com meus irmãos”, ressaltou Kléber Felizardo.
Kátia Felizardo reforçou que desconhecia o peso de ser de um dos quadrigêmeos quando era criança. “A única coisa estranha era quando a gente passava e todo mundo ficava olhando”, enfatizou, dizendo das vantagens de ter três irmãos. “Sempre foi muito bom, porque tinha amigos dentro de casa o tempo todo. Tinha com quem brincar, com quem dividir tudo. Era como se fosse Natal todos os dias.”
Sueli lembrou que os psicólogos orientaram colocar um filho em cada sala de aula. “Como na primeira escola só tinha uma sala, eles acabaram estudando juntos. Mas depois, quando foram separados, começaram a dar problema em casa, porque a liberdade que tinham na escola começou a interferir na rotina daqui”, apontou. Ela tentou, então, separar em duplas. “Coloquei os dois mais independentes juntos e os mais dependentes também juntos, mas não funcionou, porque o Junior (Klaiton) era muito ligado a Kátia e chorava todos os dias. Juntei os quatro e eles fizeram a divisão que ficava melhor para eles e o problema foi resolvido.”
“Eu tinha que colocar uma estátua para a minha mãe. Só com uma filha eu já ficava sem dormir, imagine com quatro. Dá orgulho dos meus pais por terem conseguido criar a gente e dado oportunidade para todo mundo”, declarou Kátia.