PICO DE CONSUMO
Modalidade de tarifação da energia elétrica com valores mais baixos para um período do dia já está disponível para grupo de consumidores
Consumidores de energia elétrica têm, desde 1o de janeiro, alternativa para deixar a conta mais barata. Trata-se da tarifa branca, modalidade de cobrança que oferece preço mais baixo para consumo fora do horário de pico. Migração é gratuita. Especialistas recomendam análise criteriosa dos horários de maior consumo antes de decidir pela mudança
Desde o dia 1º de janeiro, consumidores de energia atendidos em baixa tensão que tenham consumo médio superior a 500 kWh já podem aderir à tarifa branca, que oferece uma tarifa mais barata no período das 22h às 17h (ou das 23h às 18h no horário de verão), chamado de “fora da ponta”. O objetivo é desestimular o consumo no período de maior demanda, que é das 17h às 22h. Quem não aderiu à nova modalidade de tarifação branca paga uma tarifa única para qualquer período do dia. As condições para a aplicação da modalidade branca foram estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Os interessados em aderir à tarifa branca devem solicitar a migração para a modalidade à sua distribuidora de energia. O pedido é necessário para que a companhia de energia possa fazer a troca do medidor, sem custos para o consumidor.
Por enquanto, apenas consumidores de baixa tensão com consumo médio acima dos 500 kWh podem optar pela nova modalidade de tarifação. Em 2019, a tarifa branca estará disponível também para estabelecimentos com consumo médio entre 250 e 500 kWh mensais, e a partir de 2020, para todas as ligações de baixa tensão, exceto para a iluminação pública e para a tarifa social.
Segundo Robledo Carazzai, professor do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade Pitágoras, o uso mais intenso de energia elétrica nos horários de pico demanda investimentos maiores das distribuidoras de energia em suas redes. “No horário de pico, se houver um consumo elevado, a distribuidora vai ter que aumentar a capacidade da rede e gastar com infraestrutura e equipamentos. Se ela conseguir distribuir o consumo, a sua infraestrutura vai durar muito mais tempo.”
Mas aderir à tarifa branca não significa, necessariamente, que o consumidor terá mais economia. Isso porque, dependendo do horário do dia em que ele utiliza energia em sua residência ou estabelecimento, a tarifa pode ficar mais cara. A nova tarifação compensa apenas se o consumo de energia for maior no período fora da ponta.
ANÁLISE
No período fora da ponta, a tarifa cai de R$ 0,44 por kWh(tarifa convencional) para R$ 0,37 kWh para consumidores residenciais, com uma redução de 15% (veja no quadro). Para estabelecimentos comerciais, a queda é de 14% (R$ 0,44 para R$ 0,38), e para consumidores das áreas rurais, a tarifa diminui 15% (R$ 0,30 para R$ 0,26 kWh). Os valores informados não incluem tributos.
Em compensação, a tarifa pode subir até 85% em relação à tarifa convencional para consumidores residenciais e de áreas rurais no horário de ponta (das 18h às 21h e das 19h às 22h no horário de verão). Para os estabelecimentos comerciais, a diferença pode ser ainda maior, de 95%, também no horário de ponta.
Por isso, especialistas na área recomendam ao consumidor fazer uma análise dos horários de maior consumo para decidir se vale a pena ou não migrar para a tarifa branca, pois caso o consumidor faça a migração e continue fazendo uso intenso de energia nos horários de pico, o valor da fatura pode ficar mais alto.