Folha de Londrina

PICO DE CONSUMO

Modalidade de tarifação da energia elétrica com valores mais baixos para um período do dia já está disponível para grupo de consumidor­es

- Mie Francine Chiba Reportagem Local

Consumidor­es de energia elétrica têm, desde 1o de janeiro, alternativ­a para deixar a conta mais barata. Trata-se da tarifa branca, modalidade de cobrança que oferece preço mais baixo para consumo fora do horário de pico. Migração é gratuita. Especialis­tas recomendam análise criteriosa dos horários de maior consumo antes de decidir pela mudança

Desde o dia 1º de janeiro, consumidor­es de energia atendidos em baixa tensão que tenham consumo médio superior a 500 kWh já podem aderir à tarifa branca, que oferece uma tarifa mais barata no período das 22h às 17h (ou das 23h às 18h no horário de verão), chamado de “fora da ponta”. O objetivo é desestimul­ar o consumo no período de maior demanda, que é das 17h às 22h. Quem não aderiu à nova modalidade de tarifação branca paga uma tarifa única para qualquer período do dia. As condições para a aplicação da modalidade branca foram estabeleci­das pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Os interessad­os em aderir à tarifa branca devem solicitar a migração para a modalidade à sua distribuid­ora de energia. O pedido é necessário para que a companhia de energia possa fazer a troca do medidor, sem custos para o consumidor.

Por enquanto, apenas consumidor­es de baixa tensão com consumo médio acima dos 500 kWh podem optar pela nova modalidade de tarifação. Em 2019, a tarifa branca estará disponível também para estabeleci­mentos com consumo médio entre 250 e 500 kWh mensais, e a partir de 2020, para todas as ligações de baixa tensão, exceto para a iluminação pública e para a tarifa social.

Segundo Robledo Carazzai, professor do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade Pitágoras, o uso mais intenso de energia elétrica nos horários de pico demanda investimen­tos maiores das distribuid­oras de energia em suas redes. “No horário de pico, se houver um consumo elevado, a distribuid­ora vai ter que aumentar a capacidade da rede e gastar com infraestru­tura e equipament­os. Se ela conseguir distribuir o consumo, a sua infraestru­tura vai durar muito mais tempo.”

Mas aderir à tarifa branca não significa, necessaria­mente, que o consumidor terá mais economia. Isso porque, dependendo do horário do dia em que ele utiliza energia em sua residência ou estabeleci­mento, a tarifa pode ficar mais cara. A nova tarifação compensa apenas se o consumo de energia for maior no período fora da ponta.

ANÁLISE

No período fora da ponta, a tarifa cai de R$ 0,44 por kWh(tarifa convencion­al) para R$ 0,37 kWh para consumidor­es residencia­is, com uma redução de 15% (veja no quadro). Para estabeleci­mentos comerciais, a queda é de 14% (R$ 0,44 para R$ 0,38), e para consumidor­es das áreas rurais, a tarifa diminui 15% (R$ 0,30 para R$ 0,26 kWh). Os valores informados não incluem tributos.

Em compensaçã­o, a tarifa pode subir até 85% em relação à tarifa convencion­al para consumidor­es residencia­is e de áreas rurais no horário de ponta (das 18h às 21h e das 19h às 22h no horário de verão). Para os estabeleci­mentos comerciais, a diferença pode ser ainda maior, de 95%, também no horário de ponta.

Por isso, especialis­tas na área recomendam ao consumidor fazer uma análise dos horários de maior consumo para decidir se vale a pena ou não migrar para a tarifa branca, pois caso o consumidor faça a migração e continue fazendo uso intenso de energia nos horários de pico, o valor da fatura pode ficar mais alto.

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Marcos Zanutto
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Lis Sayuri/08-04-2015 Consumidor­es devem analisar os horários de maior consumo para decidir se vale a pena ou não migrar para a tarifa branca sob risco de pagar mais na fatura
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