Equipes cobram alternativa ao Moringão
Infraestrutura defasada, concorrência com eventos e problemas pontuais no ginásio, como a recente inundação, tornam necessárias outras opções, dizem gestores
Oano de 2018 promete ser intenso para as modalidades de quadra de Londrina – o vôlei feminino estreia neste sábado (27) na Superliga B. Porém, um antigo problema voltou a atormentar as equipes de vôlei, basquete, handebol e futsal da cidade.
O ginásio do Moringão é o único do município apto a receber jogos oficiais. O local, no entanto, sofre com a infraestrutura antiga e os times ainda precisam disputar espaço no ginásio com eventos musicais, educacionais e religiosos. A dificuldade das equipes aumentou neste início de ano com a interdição do Moringão, em razão dos danos na quadra causados por uma inundação no fim de 2017. Como consequência, o Vôlei Positivo precisou alugar o ginásio do colégio Mãe de Deus para a sua primeira partida em casa na Superliga, no dia 3.
“É um problema que o município precisa resolver. Não se pode admitir que uma cidade como Londrina tenha apenas um ginásio em condições”, criticou a ex-medalhista olímpica Elisângela Almeida, coordenadora do time de voleibol.
A FEL (Fundação de Esportes de Londrina) garante que está buscando a retomada de outros locais públicos, como o Palácio do Futsal e os ginásios dos jardins Bandeirantes e Campos Elísios, para que possam ser alternativas pelo menos para treinamentos. O município possui apenas cinco ginásios públicos.
O presidente da FEL, Fernando Madureira, alerta, no entanto, que o edital do Feipe (Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos) exige que os conveniados apresentem um local próprio para treinos. “O Moringão não pode ficar full time à disposição e sim para sediar apenas jogos e um treino de reconhecimento, se for o caso”, frisou.
Uma das grandes reclamações dos esportistas é que o Moringão deixou há muito tempo de ser uma praça de esportes, já que grande parte da agenda está reservada para shows e formaturas. Em 2017, o ginásio abrigou 27 eventos esportivos e 12 de outras áreas.
A FEL se defende alegando que a prioridade é o esporte, mas não pode quebrar contratos com os locatários a partir da reserva de datas.
“Estes eventos têm datas marcadas com muita antecedência, coisa que no esporte não é possível. Só recebi a tabela da Superliga em dezembro. Existem outros lugares na cidade para estes eventos. Quero dividir o Moringão com o handebol, com o basquete, com o futsal e não com eventos que nada têm a ver com o esporte”, apontou Almeida.
Para o técnico do handebol, Giancarlos Ramirez, a solução passa pela necessidade da FEL de buscar maneiras de ter orçamento próprio para a manutenção do Moringão, sem precisar arrecadar com eventos não esportivos. “Desta maneira, o ginásio ficaria exclusivo para o esporte. Outra alternativa é criar uma cultura de grandes eventos esportivos na cidade para que tragam recursos para gerir o ginásio”, sugeriu.
Uma das primeiras treinadoras de futsal feminino do Paraná, a hoje coordenadora da equipe Unopar/ Londrina, Vanda Sanches, revela que o time sofre menos com a “falta” do Moringão, já que a parceria com a universidade permite treinar e jogar no ginásio da instituição. “Mesmo assim, temos uma limitação de público, de horário de jogo, além de ter que dividir com outras modalidades da universidade”, afirmou. Para ela, somente a construção de um novo local resolveria a questão: “Londrina precisa de um ginásio médio, com a metade da capacidade do Moringão, com boa localização e boa estrutura. Isso evitaria muitos problemas”.