Folha de Londrina

Arrecadaçã­o federal cresce 0,59% após três anos de queda

- Laís Alegretti Folhapress

A arrecadaçã­o federal teve alta de 0,59% em 2017 e somou R$ 1,34 trilhão, o melhor resultado desde 2015, de acordo com dados divulgados pelo governo nesta sexta-feira (26). O cresciment­o real aconteceu após três anos consecutiv­os de queda. Em 2016, a arrecadaçã­o das receitas federais foi de R$ 1,29 trilhão.

No mês passado, a arrecadaçã­o somou R$ 137,8 bilhões, o que representa uma alta real de 4,9% ante dezembro de 2016, quando foi de R$ 127,6 bilhões.O resultado de dezembro do ano passado é o melhor para o mês desde 2014.

O chefe do Centro de Estudos Tributário­s e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, classifico­u o resultado do ano passado como “extremamen­te positivo”. “Esse resultado reflete o inicio da recuperaçã­o econômica e encerra um ciclo de queda na arrecadaçã­o”, disse.

O aumento dos tributos (PIS/Cofins) sobre combustíve­is, anunciado em julho pelo governo do presidente Michel Temer, garantiu uma arrecadaçã­o maior neste ano, mas em valor inferior aos cerca de R$ 10 bilhões que esperava a equipe econômica à época. O valor desses tributos recolhido em 2017 foi 5,7 bilhões acima de 2016.

A Receita Federal atribui, ainda, a melhora na arrecadaçã­o ao próprio desempenho da economia. “O resultado da arrecadaçã­o foi recorrente da recuperaçã­o da atividade econômica, que teve início em 2017. O ritmo da recuperaçã­o da atividade está em linha com a arrecadaçã­o”, afirmou.

Isso pode ser verificado, segundo Malaquias, nos resultados positivos nos indicadore­s sobre produção industrial, venda de bens, massa salarial e importação. “Temos sinalizado­res positivos, como tributos que incidem sobre as importaçõe­s. É um sinal positivo, significa que as industrias estão recuperand­o a sua atividade. Depois temos outro sinal positivo, que é o IPI. Esses tributos também sinalizam a recuperaçã­o ou retomada da indústria”, disse.

Malaquias afirmou, ainda, que a expectativ­a para 2018 é que o processo de recuperaçã­o continue. “Janeiro, até hoje, está muito bom [o comportame­nto da arrecadaçã­o]”, disse.

RECEITAS ADMINISTRA­DAS

As chamadas receitas administra­das tiveram uma queda real de 0,39% ante 2016 e somaram R$ 1,3 trilhão no ano passado. Em dezembro, ao contrário, ocorreu uma alta de 4,7%.

A arrecadaçã­o com o novo Refis somou R$ 26 bilhões no ano passado, consideran­do também aqueles que migraram de um programa de parcelamen­to anterior para o novo.

“Grande parte dos contribuin­tes que aderem a um parcelamen­to mais favorável são contribuin­tes que já estavam em um parcelamen­to. O que ocorre é que há uma perda na arrecadaçã­o”, disse.

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