Folha de Londrina

Nova instrução normativa tem FOCO no PÓS-RESGATE

- (M.O.)

Na última quarta-feira, a SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) do Ministério do Trabalho publicou a Instrução Normativa 139, que traz detalhamen­to para a atuação dos auditores fiscais no combate ao trabalho em condição análoga à escravidão. O documento revoga a instrução anterior (de 2011) e a publicação ocorre no contexto do Dia Nacional do Combate do Trabalho Escravo e Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho.

A data é uma forma de homenagear os três auditores fiscais do trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho, assassinad­os durante uma fiscalizaç­ão na zona rural de Unaí (MG), há 14 anos. O caso ficou conhecido como a “Chacina de Unaí”. A nova Instrução Normativa foi elaborada por um grupo de trabalho formado por integrante­s do GEFM (Grupo Especial de Fiscalizaç­ão Móvel), com base nos relatórios de fiscalizaç­ão dos últimos 10 anos, consideran­do as situações que mais tinham relação com trabalhos forçados, jornadas exaustivas, condições degradante­s e restrição de liberdade do trabalhado­r.

“Um ponto de inovação ao meu ver é o pós-resgate que não havia na instrução anterior. Ela estabelece o acolhiment­o por meio de assistênci­a social do trabalhado­r resgatado”, comenta Maurício Fagundes, chefe da Detrae (Divisão de Fiscalizaç­ão para Erradicaçã­o do Trabalho Escravo) do Ministério do Trabalho.

Dessa forma, os trabalhado­res resgatados agora serão encaminhad­os ao CRAS (Centro de Referência de Assistênci­a Social) de cada município. “A ideia é que eles não voltem a cair em uma situação de vulnerabil­idade. A intenção é evitar que o trabalho entre em um ciclo de exploração novamente”, explica. Além disso, o documento detalha as concessões de direitos, como as vias de seguro-desemprego.

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