Folha de Londrina

Londrina tem um latrocínio a cada dez dias em 2018

Três roubos seguidos de morte foram registrado­s no município em menos de 30 dias. Crime mais recente ocorreu na madrugada do último domingo na área central. Dois suspeitos da morte do motorista de aplicativo Vanderlei Teixeira da Silva foram apresentad­os

- Micaela Orikasa e Viviani Costa (Colaborou Paulo Monteiro)

O latrocínio tem uma dedicação prioritári­a por parte da polícia. É um crime bárbaro”

Em um intervalo de apenas 30 dias, três roubos seguidos de morte foram registrado­s em Londrina. Entre os alvos estavam um comerciant­e, um subtenente da reserva da Polícia Militar e um motorista do aplicativo Uber. Este último crime ocorreu na madrugada de domingo (4) quando Vanderlei Teixeira da Silva, 34, passava pela avenida Duque de Caxias, na região central. Na madrugada, por volta das 5 horas, Vanderlei foi atingido por golpes de um objeto cortante. Ele recebeu atendiment­o médico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da ambulância.

A polícia chegou a um dos suspeitos no mesmo dia do crime. Um rapaz de 24 anos foi preso em flagrante enquanto dormia em casa. Segundo o delegado adjunto da 10ª SDP (Subdivisão Policial), Manoel Pelisson, foi apreendido com ele o aparelho celular utilizado para chamar o motorista pelo aplicativo. Já o celular da vítima foi encontrado em um terreno baldio, próximo à residência do suspeito.

“São provas incontestá­veis, além do fato de terem confessado a participaç­ão e o depoimento de testemunha­s confirmand­o a participaç­ão de ambos”, comentou o delegado. O segundo envolvido, de 23 anos, se apresentou à delegacia na segunda-feira (5) e ficou detido por ordem judicial. Conforme Pelisson, à polícia não restam dúvidas de que o crime foi de latrocínio (roubo seguido de morte) e premeditad­o.

“Tratamos o crime como roubo, onde o motorista reagiu e acabou sendo atingido por facadas. Os envolvidos disseram que estavam em uma festa antes de praticar o crime, e que teriam feito uso de drogas e álcool”, acrescento­u. Um dos suspeitos tem passagem pela polícia em Curitiba, pela Lei Maria da Penha.

Conforme o superinten­dente da 10ª SDP, Márcio Ilkiu, a Delegacia de Furtos e Roubos de Londrina registra, em média, oito latrocínio­s por ano. “Essa quantidade de crimes no começo de 2018 tem acontecido em alguns anos. É a época de férias, de virada de ano. Essa média anual de latrocínio­s é registrada desde 2008”, comentou. No ano passado, segundo acompanham­ento realizado pelo jornal Nosso Dia, sete latrocínio­s ocorreram em Londrina.

Neste ano, o primeiro roubo seguido de morte registrado na cidade ocorreu no dia 6 de janeiro. O comerciant­e Eliel Alves da Silva, 45, foi baleado no Jardim Sabará, na zona oeste da cidade. A vítima havia fechado o bar e foi surpreendi­da por ladrões que já estavam dentro da residência dele. Conforme Ilkiu, o caso ainda não foi solucionad­o, mas as investigaç­ões estão avançadas.

O segundo crime ocorreu no dia 18 de janeiro quando o subtenente aposentado Ernani Euzébio da Silva, 55, foi baleado e morreu em uma tentativa de assalto no Jardim Santa Alice, região leste de Londrina. Neste caso, três pessoas foram presas e um outro suspeito foi morto em confronto com a polícia. “Temos solucionad­o 100% dos latrocínio­s. Em 48 horas conseguimo­s identifica­r os suspeitos”, ressaltou o superinten­dente. Ao todo, oito equipes operaciona­is compostas por 20 policiais civis auxiliam os trabalhos de coleta de provas e investigaç­ão.

“O latrocínio tem uma dedicação prioritári­a [por parte da polícia]. É um crime bárbaro. Ao longo dos anos estamos resolvendo todos os casos, com a prisão dos envolvidos. Neste anos, já solucionam­os dois [casos] e o terceiro está muito bem encaminhad­o”, reforçou Pelisson.

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Saulo Ohara Um dos suspeitos foi preso enquanto dormia e o outro se apresentou na delegacia nesta segunda-feira

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