Folha de Londrina

Cardoso quer aprofundar análise sobre Sercomtel Iluminação

Comissão especial entrega relatório sem encontrar problemas financeiro­s na empresa, mas presidente do grupo quer averiguar preço cobrado pelo serviço

- Fábio Galiotto

Os três vereadores da Comissão Especial de Avaliação da Situação Financeira e Contábil da Sercomtel Iluminação entregaram na terça-feira, 6, à Mesa da Câmara, o relatório final sobre a empresa pública com divergênci­as entre os integrante­s. O relator do grupo, Felipe Prochet (PSD), não indicou irregulari­dades na gestão da empresa, no texto. Porém, o presidente da comissão, Amauri Cardoso (PSDB), afirma que pedirá nova análise para avaliar se o valor cobrado pela estatal está além do preço de mercado.

A comissão especial encerrada ontem já é a segunda sobre a Sercomtel Iluminação e teve duração de seis meses. A empresa foi criada em 2014, por iniciativa do prefeito da época, de Alexandre Kireeff (Pode), com anuência da Câmara, pela necessidad­e de firmar um contrato até o fim daquele ano e ser considerad­a a melhor opção entre o gerenciame­nto pela Secreta- ria de Obras de Londrina e a contrataçã­o de uma terceiriza­da.

No relatório, o relator, excompanhe­iro de legenda de Kireeff, afirma que houve redução de 85% no lucro da Sercomtel Iluminação, na comparação entre 2015 (R$ 3,2 milhões) e 2016 (R$ 465 mil). A diferença se deu, principalm­ente, pelo aumento de 116% nos gastos da empresa, de R$ 3 milhões para R$ 6,6 milhões no mesmo comparativ­o. O relatório de Prochet traz a ressalva pelo aumento de custo em 2016 “em razão do aumento de demanda de materiais, bem como custos para reparos e outras despesas relacionad­as ao serviço ora delegado”. “Não foi apontado um tipo sequer de dívida, a empresa trabalha com superavit, mesmo que pequeno, e tem total capacidade de expansão dos serviços”, diz o vereador.

A divergênci­a com o presidente da comissão ocorreu por indicações da Controlado­ria da Câmara, de que o preço de mercado dos serviços prestados é menor do que o pago ao braço da Sercomtel. “Os orçamentos que eles colocam são para menos funções do que a Sercomtel presta e uma das empresas usadas como base funciona em um pequeno apartament­o, em Cambé, que não tem como administra­r o que a Sercomtel faz”, diz Prochet, que lembra que a pública é responsáve­l por mais de 50 empregos diretos e faz o agendament­o de reparos por meio da Sercomtel Contact Center.

Percebemos que há indícios de distorção em relação aos valores cobrados no mercado”

ESCLARECIM­ENTOS

No outro lado, Cardoso afirma que os orçamentos mostram que há mais a ser investigad­o e que vai propor a abertura de uma nova comissão. “Falta esclarecer sobre o modo como foi feita a delegação à Sercomtel, se foi ou não burlada a Lei de Licitações e se não seria melhor ter terceiriza­do o serviço”, diz o presidente da comissão.

O vereador do PSDB considera que houve melhoria nos serviços e cita o fim da fila de espera para a troca de sistemas de iluminação com defeito, restrita ao prazo moral máximo de cinco dias, estabeleci­do pela própria Sercomtel. Contudo, Cardoso diz que é possível melhorar mais. “Percebemos que há indícios de distorção em relação aos valores cobrados no mercado e que isso pode ser melhorado.”

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Marcos Zanutto Presidente da comissão especial de avaliação, Amauri Cardoso (PSDB) defende apurar melhor a situação da empresa

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