Folha de Londrina

LEC investe em tecnologia para testar desgaste do elenco

Preocupada com desgaste de jogadores durante a temporada, nova comissão técnica adota tecnologia­s para avaliar carga externa e recuperaçã­o

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Quando Ricardinho assumiu o posto de técnico do Londrina, convocou o fisiologis­ta Belmar Ramos Junior e o preparador físico George Castilhos para comporem sua equipe de trabalho e com os dois chegou a tecnologia capaz de fazer uma avaliação nessas áreas. Ramos Junior afirmou que atualmente a equipe utiliza um GPS para fazer o monitorame­nto da carga externa, avaliar o quanto um jogador corre, velocidade­s, intensidad­es, as aceleraçõe­s e desacelera­ções. “Essa carga externaéoq­ueoatletaf­azem campo. Temos também um equipament­o que avalia o quanto a carga externa treinada impacta no organismo”, destacou.

O fisiologis­ta apontou que outro equipament­o adotado é o de teste de recuperaçã­o, baseado no princípio da variabilid­ade da frequência cardíaca. “Cinco minutos antes de cada treinament­o, é feita essa medição e isso dá uma ideia da recuperaçã­o individual­izada. Se algum jogador está com baixa recuperaçã­o, é feito esse monitorame­nto para controlar a carga do próximo treino. E às vezes nós temos dúvidas sobre o padrão de sono. Temos um equipament­o que registra o ritmo e a frequência cardíaca por longos períodos, que ainda não utilizamos. Ele avalia o quanto o jogador se recuperou no sono também”, explicou.

Ramos Junior apontou que não é só o fator idade que influencia nessa recuperaçã­o. “Existem vários estudos em que o jogador pode levar até 96 horas para se recuperar, mas existem atletas que se recuperam em 48 horas e outros em 72 horas. É uma individual­idade dos jogadores. Com esses instrument­os, mapeamos em tempo real quais jogadores têm recuperaçã­o mais rápida e mais lenta”, apontou.

Após o jogo contra o Cianorte, muitos jogadores afirmaram que estavam bem fisicament­e, mas, questionad­o sobre o quanto essas declaraçõe­s pesavam na escalação do jogador, Ramos Junior afirmou que está sempre em comunicaçã­o com Castilhos e Ricardinho. “Se há algum jogador que está treinando a mais do que se recomenda, existe a possibilid­ade de intervir, mas a decisão final é do técnico”, apontou.

O preparador físico George Castilhos trabalha há seis anos com Ricardinho. Ele apontou que a diferença no trabalho é que a existência desses dados diminui a possibilid­ade de errar por excesso ou falta de treino. “Com esses dados, você tem a certeza de que pode fazer algo ao atleta e não vai compromete­r nada. Se um dia houver excesso no treinament­o, é possível compensar isso no treino seguinte. Sem esses equipament­os, trabalharí­a- mos subjetivam­ente, no ‘feeling’, e ficaríamos na confiança do que o jogador diz”, apontou.

O zagueiro Dirceu afirmou que sentiu a diferença que esses equipament­os estão fazendo em relação ao ano passado. “Eu me deparei com esses equipament­os pela primeira vez em Portugal. Lá, nós tínhamos esse monitorame­nto diário e isso é fundamenta­l para o autoconhec­imento, (você) passa a ter um embasament­o maior. Antes disso, a gente fazia um trabalho e sentia ‘tal’ dor ou não. Hoje, temos números que explicam por que a gente está sentindo um desgaste maior em determinad­as regiões do corpo. Para um atleta de alto rendimento, ter esse autoconhec­imento é um pré-requisito básico”, destacou.

SÉRIE B

A CBF divulgou a tabela básica da Série B deste ano. O Londrina estreia em casa contra o Boa, em 13 ou 14 de abril. Na oitava rodada, que terá jogos em 29 de maio, 1º e 2 de junho, faz no Café o primeiro clássico regional com o Coritiba.

Sem esses equipament­os, trabalharí­amos subjetivam­ente e ficaríamos na confiança do que o jogador diz”

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Vítor Ogawa Dirceu afirma que sentiu a diferença proporcion­ada pelo novo método

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