Folha de Londrina

O aumento no número de latrocínio­s

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Omunicípio de Londrina registrou nessas primeiras semanas do ano três latrocínio­s. O número é alto, quando se compara que em 2017 acontecera­m sete crimes em que o bandido mata a vítima para roubar (segundo levantamen­to do Jornal NossoDia). Essas ocorrência­s foram registrada­s nas regiões leste, oeste e centro. A última aconteceu na madrugada de domingo (4), na Avenida Duque de Caxias. O motorista do aplicativo Uber Vanderlei Teixeira da Silva, de 34 anos, foi atingido por golpes de um objeto cortante e morreu ao ser socorrido. Os ladrões mataram o motorista para roubar um celular. Nesta terça-feira (6), os suspeitos do latrocínio foram apresentad­os na 10ª Subdivisão Policial. No domingo à tarde, mesmo dia do crime, um dos envolvidos foi preso em flagrante enquanto dormia em casa. Era dele o aparelho de celular utilizado para chamar o motorista do aplicativo. Perto da casa do rapaz, que tem 24 anos, foi encontrado o celular da vítima. O segundo suspeito, de 23 anos, se apresentou à polícia e ficou detido. O enredo dessa tragédia é bem conhecido. Rapazes sem históricos criminais vão a uma festa regada a álcool e drogas e acabam se envolvendo em um crime bárbaro. Infelizmen­te, é um tipo de delito que vem crescendo muito no Brasil. No final do ano passado, o 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança concluiu investigaç­ão que mostrou que o número de latrocínio­s cresceu 57,8% em sete anos no País. O estudo concentra estatístic­as oficiais das autoridade­s de segurança dos estados. Em 2010, foram registrado­s 1.593 assassinat­os cometidos durante o ato do roubo ou em consequênc­ia do roubo. Em 2016 foram 2.514. Segundo o estudo, 19 estados apresentar­am aumento no número de latrocínio, tendo Rondônia o maior cresciment­o: 124%. No Paraná, os registros cresceram 8,3% entre 2010 e 2016. Especialis­tas têm comentado que a alta generaliza­da no número de latrocínio­s tem relação direta com a crise econômica. No mesmo estudo, o Fórum Brasileiro de Segurança revelou que em 2016, o Brasil registrou mais de 61 mil mortes violentas intenciona­is, o que equivale a sete pessoas assassinad­as por hora. Infelizmen­te, não é um problema que se resolva a curto prazo, mas é inaceitáve­l que se continue convivendo com esse alto nível de violência.

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