Folha de Londrina

Para Collor, seria ‘covardia’ não assumir ‘desafio’ de candidatur­a ao Planalto

- Talita Fernandes

Brasília – Depois de ter deixado a Presidênci­a da República em 1992 em meio a um processo de impeachmen­t, o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) confirmou nesta terça-feira (6) sua intenção de disputar novamente o Palácio do Planalto nas eleições deste ano. Collor definiu sua pré-candidatur­a como “liberal e progressis­ta” e disse ainda que seria “covardia” de sua parte “renunciar à verdade e desviar de mais um desafio que o destino me impõe”.

O ex-presidente já havia se lançado pré-candidato em uma visita ao município de Arapiraca (AL) no mês passado. Com a volta das atividades do Congresso, ele pediu a palavra na tribuna do Senado e fez um discurso de 22 minutos para anunciar os motivos pelos quais pretende disputar o cargo.

“Precisamos de equilíbrio e maturidade. Um centro progressis­ta e liberal. Que não se prenda aos rótulos da direita ou esquerda. Uma candidatur­a com comprovada capacidade, liberal no plano econômico e inclusivo no plano social. Precisamos de um perfil que conjugue vivência com coragem”, disse ao definir que postura pretende adotar em sua candidatur­a.

O discurso do senador ocorreu no segundo dia de atividades do Congresso em 2018. Ele falou para um plenário esvaziado, com apenas oito senadores presentes. Em pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, o ex-presidente aparece com 3% das intenções de voto, porém com alta taxa de rejeição, com 40% dos entrevista­dos dizendo que não votariam nele “de jeito nenhum”.

Collor fez um discurso elogioso aos seus “40 anos de vida pública”, enumerando os cargos que já ocupou na política: prefeito, deputado, senador e presidente da República. Ele defendeu ainda que o momento em que o país vive requer “inovação” e não “renovação”.

O ex-presidente enumerou o que chamou de “portfólio de conquistas” de seu curto governo. Eleito em 1989, ele assumiu a Presidênci­a em 1990 e renunciou ao posto dois anos depois, antes da conclusão de um processo de impeachmen­t.

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