Folha de Londrina

Defesa de Lula tem 12 dias para apresentar recursos no caso tríplex

TRF-4 já se posicionou afirmando que a prisão do ex-presidente será pedida com o fim do julgamento das argumentaç­ões, ainda na segunda instância

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São Paulo - A defesa do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva (PT ) tem, desde a terça-feira (6), 12 dias para apresentar

embargos de declaração ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). O acórdão com os votos dos juízes foi publicado ontem à tarde. Em janeiro, a corte au-

mentou a pena do petista no caso do tríplex em Guarujá (SP) para 12 anos e um mês de prisão.

O tribunal já se posicionou afirmando que a prisão de Lula será pedida com o fim do julgamento dos recursos, ainda na segunda instância. Os embargos de declaração pedem, apenas, esclarecim­entos sobre a sentença, não podendo reverter a condenação. Como os três juízes federais responsáve­is pelo julgamento - João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus - votaram de forma unânime, não será possível apresentar embargos infringent­es.

A defesa de Lula será intimada para a ciência do acórdão. Como acontece no processo eletrônico, os advogados terão dez dias para abrir o documento. Depois de aberto, a defesa terá dois dias para entrar com os embargos. Assim, poderá postergar em 12 dias o pedido de recurso.

Na última sexta-feira (2), a defesa do ex-presidente entrou com pedido de liminar de habeas corpus preventivo no STF (Supremo Tribunal Federal) para evitar uma eventual prisão. No dia 30 de janeiro, os advogados tiveram pedido de habeas corpus recusado pelo vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins.

CASO TRÍPLEX

Na ação apresentad­a pelo Ministério Público Federal, Lula foi acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteir­a OAS em decorrênci­a de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartament­o tríplex ao expresiden­te, a reformas feitas pela construtor­a nesse imóvel e ao transporte e armazename­nto de seu acervo presidenci­al (este último ponto rejeitado pela Justiça).

Em julho de 2017, o petista foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. No julgamento em que aumentaram a pena de Lula, os juízes federais do TRF-4 afirmaram que o conjunto das provas sustenta a acusação.

CANDIDATUR­A

A direção do PT decidiu adiar o ato que marcaria o lançamento da pré-candidatur­a do ex-presidente em Belo Horizonte (MG). O evento, que aconteceri­a nesta quarta (7), foi adiado para o próximo dia 21. O partido continua a negar que tenha um plano B para o Planalto. O limite para registro de candidatur­a é no dia 15 de agosto.

A Lei da Ficha Limpa prevê que o réu condenado por um órgão colegiado não pode concorrer, mas garante ao candidato barrado um recurso chamado suspensão de inelegibil­idade. Assim, o expresiden­te precisaria encaminhar o pedido ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O tribunal já se posicionou afirmando que a prisão de Lula será pedida com o fim do julgamento dos recursos, ainda na segunda instância.

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Nelson Almeida/AFP A defesa do ex-presidente já entrou com pedido de liminar de habeas corpus preventivo no STF para evitar uma eventual prisão de Lula

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