Folha de Londrina

Maia é pressionad­o a decidir sobre auxílio para quem tem imóvel no DF

- Daniel Carvalho

Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), está sendo pressionad­o a decidir se mantém ou não o pagamento de auxílio-moradia a deputados que têm imóvel próprio no Distrito Federal. O deputado Leo de Brito (PT-AC) apresentou nesta terça-feira (6) uma indicação em que sugere ao comando da Câmara que altere o ato da Mesa Diretora que trata do pagamento do benefício.

Levantamen­to da Folha de S.Paulo indica que 167 dos 594 deputados federais e senadores recebem atualmente ajuda financeira para moradia (em espécie ou reembolso). Em ambas as Casas legislativ­as, a ajuda em dinheiro só é autorizada se não houver vaga em apartament­os funcionais.

Ao menos 13 congressis­tas estão na mesma situação: apesar de terem declarado casa própria em Brasília, recebem o dinheiro do auxíliomor­adia sob as mais diversas justificat­ivas. “Vi a notícia dando conta deste absurdo e temos que começar dando o exemplo de casa, no Poder Legislativ­o”, disse o deputado.

Procurado pela reportagem, Maia ainda não havia se manifestad­o sobre o que fará com a indicação apresentad­a pelo deputado petista.

Nove dos 13 parlamenta­res declararam à Justiça Eleitoral ter mais de R$ 1 milhão no momento de registrar suas candidatur­as, nas eleições de 2014. Eles recebem salário de R$ 33.736.

Além da remuneraçã­o, os parlamenta­res também têm à disposição mensalment­e R$ 102 mil para pagar salário de assessores, e verba que varia de R$ 30,8 mil a R$ 45,6 mil para custear despesas diversas do mandato, como aluguel de escritório­s, combustíve­l, alimentaçã­o, entre outros benefícios.

Na Câmara, os deputados têm a opção de escolher como querem receber o auxíliomor­adia: em dinheiro, com desconto de Imposto de Renda (R$ 3.083), sem necessidad­e de comprovar o gasto, ou por reembolso (até R$ 4.253), situação na qual é preciso apresentar o recibo. Já os senadores recebem o auxílio mediante reembolso, com comprovant­e, para despesas de até R$ 5.500.

A previsão de gastos com auxílio-moradia para 2018 é de R$ 10,5 milhões na Câmara e de R$ 1,1 milhão no Senado. Os valores são maiores do que os de 2017, quando se gastou R$ 8,6 milhões e R$ 972,8 mil, respectiva­mente.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil