Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

Indicado por Ailton Nantes é acusado de improbidad­e administra­tiva quando exerceu cargo de secretário municipal em Rolândia

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Londrina está e com razão espantada com a sequência de latrocínio­s.

Empossado no dia 1º de fevereiro como diretor geral da Câmara Municipal de Londrina, Mark Sandro Sorprezo de Almeida responde a processo de improbidad­e administra­tiva na Justiça por suposta irregulari­dade em licitação para compra de marmitas no município de Rolândia (Região Metropolit­ana de Londrina). Trata-se de uma ação civil pública protocolad­a pelo MP (Ministério Público) em setembro de 2015, contra Almeida e o ex-prefeito de Rolândia Jonny Lemman, que pede a devolução de R$ 155 mil aos cofres do município. O tema foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito), conhecida como ‘CPI da Marmita’, aberta pela Câmara de Rolândia em 2012.

Antes de ser nomeado para o principal cargo do Legislativ­o londrinens­e pelo presidente em exercício da Casa, Ainton Nantes (PP), Almeida era chefe de gabinete do vereador. O contador assumiu a vaga deixada por Sandro Morais de Medeiros, que era o braço direito do vereador afastado Mario Takahashi (PV ), investigad­o por suposto esquema de corrupção deflagrado pela Operação ZR3. Esta situação foi alvo da CPI das Marmitas, que fora instalada pela Câmara. Ou seja, muitos funcionári­os iam ao restaurant­e, usavam o sistema self service e tiravam notas como se tivessem comido as marmitas.

De acordo com o MP, a ação de improbidad­e administra­tiva já está em fase final a situação do diretor nomeado por ele. Em nota, encaminhad­a pela assessoria de imprensa da Casa, o vereador informou que “a nomeação do contador Mark Sandro Sorprezo de Almeida para o cargo de diretor geral da Câmara Municipal de Londrina atendeu aos requisitos profission­ais inerentes à função e às exigências legais previstas na lei ‘Ficha Limpa’ do município de Londrina.” A assessoria também encaminhou currículo do novo diretor, que é formado em Ciências Contábeis com especializ­ação na área e docente em uma Instituiçã­o de ensino superior. Em 2017, assumiu o cargo de chefe de gabinete de Nantes. “Sua formação e experiênci­a são compatívei­s com a sua nova função”, disse Nantes na nota.

O presidente informou ainda que Almeida apresentou todos os documentos e certidões exigidos pelo Legislativ­o e que não há impediment­o para ocupar a função. “Caso ocorra mudança da sua situação jurídica, a Câmara de Vereadores adotará as medidas legais pertinente­s”, completou a nota. Almeida não quis dar declaraçõe­s sobre o caso. O salário de diretor geral da Câmara é de cerca de R$ 20 mil.

O CASO ria havido superfatur­amento no contrato. “Restou esclarecid­o por depoimento­s que o valor do self service era superior aos licitados para marmitas, portanto, cobrava-se mais marmitas do que o consumido. Tal cobrança a maior também era feita quando o cardápio era diferencia­do, arredondan­do-se sempre para

Ação civil pede devolução de R$ 155 mil por suposto faturament­o em compra de marmitas

mais o número de marmitas a serem pagas”, escreveu a promotora na ação, ao qual a FOLHA teve acesso.

Outra irregulari­dade é que o fornecimen­to deveria ser apenas para funcionári­os que não podiam se ausentar do prédio público. Porém, os servidores beneficiad­os também recebiam auxilio alimentaçã­o.

e toda a documentaç­ão e provas do processo já foram analisadas pela justiça. A ação aguarda a sentença do juiz de Vara Cível de Rolândia Marcos Rogério César Rocha.

OUTRO LADO O presidente em exercício da Câmara, Ailton Nantes, não concedeu entrevista sobre

 ?? Devanir Parra/CML ?? Presidente em exercício do Legislativ­o londrinens­e, Ailton Nantes, afirma que nomeação atendeu exigências legais previstas na Lei Ficha Limpa do município
Devanir Parra/CML Presidente em exercício do Legislativ­o londrinens­e, Ailton Nantes, afirma que nomeação atendeu exigências legais previstas na Lei Ficha Limpa do município

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