Folha de Londrina

A participaç­ão das mulheres na política

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OReino Unido lembrou esta semana os 100 anos de uma conquista importante: o direito das mulheres votarem. A homenagem prestada pela primeira-ministra Theresa May reconheceu o movimento das sufragista­s que, mesmo polêmico, foi importante para chamar a atenção do mundo para que as mulheres pudessem ir às urnas e escolher os seus representa­ntes. May, a segunda mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra (Margaret Thatcher foi a pioneira), pronunciou um discurso em Manchester em homenagem às militantes. Hoje elas são considerad­as heroínas, apesar de usarem violência para chamar a atenção para a causa, como detonar uma bomba na casa do então ministro das Finanças, Lloyd George. A estratégia fez com que muitas fossem julgadas e condenadas. Em 6 de fevereiro de 1918, o Parlamento britânico adotou a “Lei de 1918 sobre a representa­ção popular”, que permitiu a inscrição de oito milhões de mulheres, com mais de 30 anos no registro eleitoral. Uma década depois, o direito foi ampliado para todas que completava­m 21 anos. A luta das sufragista­s é a mais conhecida e até foi transforma­da em filme estrelado por Meryl Streep. Mas vários países tiveram suas heroínas, muitas inspiradas no exemplo da Nova Zelândia, que aprovou o voto feminino em 1893. A Austrália foi o segundo país a reconhecer esse direito, no ano de 1902, seguida da Finlândia em 1906, Noruega em 1913 e a União Soviética em 1917. O Brasil aprovou o voto feminino em 1932. Atualmente há restrições em países do Golfo. Há muito o que comemorar, assim como é preciso avançar mais. No Brasil, a participaç­ão feminina nas esferas do poder ainda é baixa, muito aquém dos avanços conquistad­os em outras extensões da vida cotidiana. Este momento, próximo das eleições, é mais do que adequado para colocar o tema em debate, principalm­ente porque há outras batalhas em curso, como a discussão sobre a diferença salarial entre homens e mulheres ou as revelações dos abusos sexuais no mundo do cinema e do esporte. Questões que levam a uma constataçã­o: precisamos de mais mulheres na política.

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