Folha de Londrina

Marco Aurélio quer negar pedido para suspender prisão após 2a instância

- Agência Estado

Brasília –

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 7, que vai negar pedido para proibir provisoria­mente a prisão após condenação em segunda instância até que o plenário da Corte tome uma decisão final sobre o tema.

A petição foi apresentad­a pelo advogado criminalis­ta Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que é advogado de diversos políticos investigad­os na Operação Lava Jato, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), e o ex-presidente José Sarney.

“Não posso (ir contra o plenário). Isso já passou pelo crivo do plenário. Por melhor que seja a intenção”, disse Marco Aurélio nesta tarde. Ele é relator das ações que versam sobre o tema no STF.

Segundo o ministro, o atual entendimen­to do STF, de 2016, prevê a possibilid­ade da execução antecipada da pena e não seria adequado tomar uma decisão monocrátic­a no sentido contrário. Na época do julgamento, há dois anos, Marco Aurélio se posicionou contra a prisão após segunda instância, mas foi voto vencido.

“Já houve o indeferime­nto pelo plenário da Corte e não posso enfrentar e simplesmen­te suplantar a decisão da maioria.” Ele destacou que liberou o processo em dezembro e agora cabe à presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, marcar a data da votação no plenário.

DEFESA

Em nota, Kakay disse que a postura de Marco Aurélio foi “correta” por respeito ao colegiado. “Se o colegiado já definiu a liminar, é normal que o relator espere então o julgamento do mérito”, escreveu o advogado. Ele afirmou, no entanto, que entrou com o pedido para tentar pacificar o tema até o julgamento do mérito, pois o assunto divide opiniões e gera inseguranç­a jurídica no País.

O jurista também destacou que o seu pedido não tem relação com o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelo Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF-4) em janeiro deste ano. O petista foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão.

“Eu entendo que esse julgamento não tem nenhuma relação com o caso Lula. Poderá ser utilizado, dependendo da decisão que o Plenário do Supremo tiver, mas não tem nenhuma relação. Nós entramos com essa ação muito antes do processo do Lula. Esse é um entendimen­to que atende e interessa, como eu tenho dito, a milhares e milhares de pessoas sem rosto, sem voz, e, muitas vezes, sem advogado. Mas eu entendo a postura do Ministro, é uma postura de respeito ao colegiado”, afirmou Kakay.

 ?? Carlos Moura/STF ?? Segundo o ministro, entendimen­to do STF prevê possibilid­ade da execução antecipada da pena e não seria adequado tomar decisão monocrátic­a no sentido contrário
Carlos Moura/STF Segundo o ministro, entendimen­to do STF prevê possibilid­ade da execução antecipada da pena e não seria adequado tomar decisão monocrátic­a no sentido contrário

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil