Smartphones ‘brazucas’
Marcas brasileiras ousam competir em mercado dominado por grandes ao apostarem na entrega de tecnologia de ponta a preços acessíveis
Os smartphones de marcas globais representam cerca de 95% do mercado de smartphones brasileiro, segundo a consultoria IDC. Com o objetivo de aumentar a sua participação nesse mercado, marcas brasileiras buscam investir em lançamentos com mais performance e tecnologia de ponta a preços mais acessíveis.
Em briga de gigantes, marcas brasileiras precisam apresentar diferenciais e uma boa relação custo-benefício, afirma Leonardo Munin, analista de pesquisa do mercado de celulares da IDC para América Latina. Fazer igual também não é garantia de sucesso, já que os brasileiros podem optar por globais por já terem histórico de consumo daquelas marcas em outros segmentos de mercado.
Isso porque, além de tudo, as marcas locais têm uma série de desvantagens em relação às globais. Um exemplo é na compra de insumos. Muitas fabricantes globais produzem suas próprias telas, memória e processadores. “Imagina o quanto de custo elas conseguem economizar”, comenta Munin. Fabricantes locais têm que comprar de terceiros, e não têm tanto poder de barganha por causa do volume menor de insumo que demandam.
Outra desvantagem tem relação com o suporte que existe por trás dos grandes. As marcas globais contam com um suporte global e se valem de fortes estratégias de promoção e marketing caso as vendas não estejam indo bem em determinado país, por exemplo. “Uma local que tiver problemas pode até fechar suas portas”, observa o analista.
PERFORMANCE E CUSTO
Nesta segunda-feira (5), a nacional Multilaser lançou um novo smartphone com dual câmera selfie, tela com bordas mais finas, corpo de alumínio, sensor digital e processador Octa-core Qualcomm Snapdragon 430. Com o lançamento, a marca diz iniciar uma nova fase, com a oferta de smartphones de alta performance e custo competitivo.
“A Multilaser já tem hoje uma representatividade no mercado. A gente tem uma boa expressão na categoria de aparelhos de entrada. O que a gente quer agora é escalar mais degraus e conseguir chegar trazendo mais tecnologia e ainda assim mantendo a característica do nosso DNA de trazer produtos acessíveis”, afirmou Reinaldo Paleari, gerente de produtos da Multilaser.
Para esse lançamento, a marca nascida em São Paulo está investindo R$ 95 milhões em campanha de marketing. “A gente vê hoje o mercado de celulares no Brasil completamente dominado pelas marcas globais, mas o que queremos fazer é mostrar a cara, mostrar que o Brasil é capaz de trazer tecnologia de ponta”, comenta Paleari.
O novo smartphone da Multilaser aposta na câmera e nas funções de selfie para atrair o consumidor. A marca aderiu à câmera dupla - com 20 MP + 8 MP e lente grande angular de 120 graus -, que segundo explicou Alexandre Ostrowiecki, um dos sócios da marca, aumenta a resolução da foto e aumenta o ângulo de visão. O selfie tem a função Retrato, que desfoca o fundo da foto para dar mais destaque ao rosto da pessoa. A marca também aposta nas bordas finas para maior aproveitamento da tela de 5,7”. O aparelho está à venda por R$ 1.149 (a versão de 32 GB de memória interna e 3 GB de memória RAM) e R$ 1.199 (versão de 64 GB de memória interna e 4 GB de memória RAM).
Marcas globais se valem de fortes estratégias de promoção e marketing caso as vendas não estejam indo bem