Folha de Londrina

INTEGRAÇÃO

Intenção é reunir dados do setor em todo o Estado e desenvolve­r estratégia­s mais eficazes no combate ao crime

- Viviani Costa Reportagem Local

MP cria grupo especializ­ado em segurança pública; meta é traçar estratégia­s de combate ao crime

Ochamado Gaesp (Grupo de Atuação Especializ­ada em Segurança Pública) começa a funcionar nas próximas semanas no Ministério Público do Paraná. O novo núcleo é ligado ao Centro de Apoio Operaciona­l das Promotoria­s de Justiça Criminais, do Júri e de Execuções Penais. A proposta é reunir dados ligados à segurança pública do Estado e desenvolve­r estratégia­s mais eficazes no combate ao crime.

Segundo o coordenado­r do grupo, o procurador Claudio Esteves, os debates devem envolver outros órgãos como o Judiciário, a Secretaria de Segurança e as polícias Civil e Militar. Entre os desafios, Esteves cita a existência de presos em cadeias públicas e a falta de continuida­de nas ações preventiva­s.

“É preciso estimular a interlocuç­ão entre os órgãos que atuam na segurança pública. Para isso, a gente já propôs que fosse efetivado um gabinete de gestão integrada. É algo que já está criado no âmbito do governo do Estado desde 2011, mas não havia sido implementa­do. Por provocação nossa, no ano passado, foi feita a primeira reunião, mas esse gabinete ainda não está tendo uma atuação efetiva com periodicid­ade de reuniões. A presença de presos em cadeias públicas é outra questão que nos preocupa”, afirma.

Conforme o Atlas da Violência, publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sete pessoas são assassinad­as por hora no Brasil. De acordo com a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública), 2.184 homicídios foram registrado­s no ano passado no Paraná, 93 deles em Londrina. Além dessa estatístic­a, 275 pessoas morreram em confrontos com policiais civis, militares e guardas municipais, conforme dados contabiliz­ados pelo Ministério Público.

Para o procurador de Justiça e coordenado­r estadual do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Leonir Batisti, esta é uma forma do Ministério Público contribuir para o aperfeiçoa­mento das políticas de segurança pública. “Hoje os promoto- res se preocupam, de um modo geral, com o resultado final da segurança pública. Todos nós sentimos a inseguranç­a. Nas pesquisas, essa é uma das principais preocupaçõ­es apontadas pela população. É preciso pensar a segurança pública como uma política de Estado e não do governo A, B ou C. Falta uma continuida­de e um trabalho permanente”, argumenta. O grupo já foi criado em outras cidades do Brasil. Conforme Batisti, os resultados são esperados a médio e longo prazos.

É preciso pensar a segurança pública como uma política de Estado e não do governo A, B ou C”

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Fábio Alcover/2-3-2017 Para coordenado­r estadual do Gaeco, Leonir Batisti, núcleo vai contribuir para aperfeiçoa­r ações
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