‘Tomava todo tipo de remédio e não resolvia nada’
A dona de casa Arani Dias Galdino, 65, sofria de dores crônicas intensas provocadas pelo excesso de trabalho doméstico. “Não tinha o que não doía, mas também não tinha o que eu não fazia”, compara ela, que sentia dores nas pernas, nas costas e na cabeça, ansiedade e insônia. “Tomava todo tipo de remédio e não resolvia nada”, recorda Galdino, que só melhorou depois que começou a ser atendida pela fisioterapeuta Maria Luiza Dal Col no grupo de dor crônica da UBS do jardim Cafezal (zona sul).
“Eu não parava de trabalhar até terminar todo o serviço de casa, ficava de joelhos para limpar o chão. Tinha compulsão por limpeza e isso afetou minha saúde. Meu filho e meu marido queriam ajudar e eu não aceitava”, conta.
Foi através das conversas e da auriculoterapia que ela despertou para o problema. “Percebi que não era sozinha”, diz ela, que com o tempo deixou de se sobrecarregar pelo trabalho doméstico e ganhou mais qualidade de vida. Varal na altura correta, usar a máquina para lavar a roupa, cabo de vassoura adequado e o fracionamento do serviço ao longo dos dias são algumas estratégias adotadas. “Mudei meus hábitos e agora consigo dormir depois do almoço e fazer caminhada à noite”, relata.
A dona de casa também ganhou tempo para passar mais tempo com a mãe acamada. Por ter limitações de saúde, ela achava que não era capaz de ajudar as irmãs a cuidarem da idosa. “Eu não tinha força para dar banho, tirar e colocar na cama. Me sentia inútil... Agora entendi que só o fato de ir até lá para fazer companhia e conversar já é uma grande ajuda. Sem dúvida, esse foi o maior benefício que o grupo trouxe para minha vida”, avalia.
(C.A.)