Folha de Londrina

Governador­es e prefeitos vão ser chamados para se engajar na luta pela reforma da Previdênci­a.

Sem conseguir entrar na Câmara por determinaç­ão judicial, ex-vereador Boca Aberta protocola as duas representa­ções por meio de advogado

- Vitor Struck Especial para a Folha

Sem a tornozelei­ra eletrônica, o ex-vereador Boca Aberta foi à Câmara de Vereadores de Londrina (CML) para um contra-ataque. Emerson Petriv, que teve o mandato cassado há mais de quatro meses e está proibido judicialme­nte de se aproximar de três parlamenta­res e do prédio da CML, tentou por três vezes protocolar dois pedidos de cassação de mandatos na sede do Legislativ­o nesta quarta-feira (14).

Em uma das tentativas, segundo apurou a reportagem, os próprios vigilantes da Câmara acionaram a Polícia Militar, e o ex-vereador teve que se retirar. Em seguida, pediu ao advogado Robson Massaruti, chefe de gabinete de Boca Aberta enquanto o ex-vereador ocupou uma cadeira no Legislativ­o, que protocolas­se as representa­ções. Um dos alvos é o vereador Jamil Janene (PP), que estava na Casa para participar da reunião da Comissão de Finanças. O outro, o prefeito Marcelo Belinati (PP).

Petriv afirmou que iria pedir a cassação do mandato de Belinati por conta dos indícios de improbidad­e administra­tiva no projeto de atualizaçã­o da Planta Genérica de Valores apontados pelo Ministério Público no dia 6 de fevereiro. “Ele sabia que o IPTU dele estava errado, já que no condomínio moram ele e a mãe há anos, e juntos os imóveis estão avaliados em cerca de R$ 2 milhões. Isso é prevaricaç­ão, palavras do próprio promotor Renato de Lima Castro.” Por meio do Nú- cleo de Comunicaçã­o da prefeitura, o prefeito afirmou que não comentaria as declaraçõe­s de Boca Aberta nem o pedido de cassação.

O outro alvo é um antigo adversário político de Boca Aberta. Ele acusa o vereador Jamil Janene de ter induzido o eleitor ao erro ao ter prometido, ainda em campanha, que seria contra o aumento do IPTU. “Estou anexando cinco vídeos com as promessas do vereador, isto é estelionat­o eleitoral, previsto no artigo 90, é quebra de decoro parlamenta­r” disse Petriv.

Janene afirmou à FOLHA na tarde desta quarta-feira (14) que mudou de posição em relação ao imposto porque

Eu tenho fé pública e, dentro da legalidade, o político vota do jeito que acha que deve.”

a situação financeira do município também é diferente. “Eu tenho fé pública e, dentro da legalidade, o político vota do jeito que acha que deve.”

Agora as duas representa­ções vão ser apresentad­as na sessão desta quinta-feira e encaminhad­as para a análise

da Procurador­ia Jurídica, que tem sete dias para apontar se as representa­ções têm fundamento jurídico.

TORNOZELEI­RA

ELETRÔNICA Ao contrário do que publicou a FOLHA na última terça-feira (13), o ex-vereador Boca Aberta não está usando tornozelei­ra eletrônica, como prevê uma determinaç­ão do dia 31 de janeiro. “Ainda nem fui notificado, a imprensa está sempre pegando no meu pé” disse o ex-vereador.

Segundo o advogado Eduardo Caldeira, que assumiu recentemen­te a defesa do ex-parlamenta­r, o ex-vereador foi notificado nesta quarta e irá hoje ao Creslon (Centro de Ressociali­zação de Londrina), às 10 horas, instalar o dispositiv­o.

A decisão da 5ª Vara Criminal de Londrina estipulava prazo de 24 horas após a notificaçã­o para que Petriv se apresentas­se no Creslon (Centro de Ressociali­zação de Londrina), no entanto, Boca Aberta ainda não havia sido encontrado pelo oficial de Justiça para cumpriment­o do mandado de citação do réu. Depois disso, houve a tentativa de “citação por hora certa”.

A instalação do dispositiv­o e a suspensão de uma página em uma rede social (Facebook) por 48 horas foram determinad­as pelo juiz Paulo César Roldão, da 5ª Vara Criminal de Londrina, como medida cautelar à prisão preventiva. Petriv terá que usar o equipament­o de vigilância porque descumpriu uma decisão de manter, no mínimo, 500 metros de distância dos vereadores Mario Takahashi (PV), Rony Alves (PTB) e Jamil Janene (PP).

A defesa de Boca Aberta chegou a entrar com pedido de liminar para a suspensão da decisão e teve o Habeas Corpus negado ainda na semana passada pelo desembarga­dor do Tribunal de Justiça do Paraná José Carlos Dalacqua. Nesta quarta-feira (14) outro recurso foi peticionad­o no TJPR pela defesa de Boca Aberta.

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Roberto Custódio/15-10-2017 Boca Aberta irá ao Creslon nesta manhã instalar a tornozelei­ra eletrônica após ser notificado pela Justiça

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