Folha de Londrina

Para especialis­ta, fiscalizaç­ão deve ser constante

- Pedro Marconi Reportagem Local

Para o major da reserva da Polícia Militar e especialis­ta em trânsito, Sérgio Dalben, a pouca fiscalizaç­ão por parte das autoridade­s tem contribuíd­o para que os números de infrações, acidentes e mortes no trânsito continuem altos. Ele ressaltou que o motorista não está isento de responsabi­lidades e que, no geral, 80% das causas de acidentes são causadas por atitudes do condutor, como a imprudênci­a.

“Os motoristas continuam fazendo barbaridad­es, porém não foram parados em nenhum momento no posto policial ou na própria rodovia. O condutor tem obrigação de cumprir com a lei e ao mesmo tempo não vê o resultado de fiscalizaç­ão eficiente, para punir aqueles que cometem infrações”, apontou ele, a partir da própria experiênci­a com viagens recentes pelo Brasil. “É importante um conjunto de ações para não colocar o motorista em uma rotina de não fiscalizaç­ão”, acrescento­u.

Dalben avaliou que a intensific­ação da verificaçã­o no trânsito pelas autoridade­s em datas especiais não é suficiente. “Mesmo que se coloque a equipe para fiscalizar, os elevados índices são quase que uma consequênc­ia lógica. É difícil controlar a situação deste jeito”, afirmou. O especialis­ta frisou que o foco apenas em levantamen­tos sobre acidentes e mortes não colocam luz nos problemas gerais do trânsito, que também têm como consequênc­ia as deficiênci­as permanente­s ocasionada­s por acidentes.

De acordo com ele, somente campanhas continuada­s poderão colaborar para diminuição dos números e mudança de perfil dos motoristas. “O trânsito é dinâmico e precisa ser discutido a todo momento. Mesmo assim terão estatístic­as altas, porque o volume de circulação é grande, mas a tendência é de redução. O mesmo código que pune precisa obrigar as autoridade­s a estarem constantem­ente educando para o trânsito. Está chegando o momento que será necessário fazer análises do perfil do condutor. Isso é importante para planejar campanhas”.

Sobre as multas por farol desligado nas rodovias, Dalben indicou a carência de maior publicidad­e até o motorista criar o costume, já que é algo que precisa ser incorporad­o. “Muitas vezes a maior adversidad­e está dentro das cidades, pois isso não é cobrado e quando se vai para a rodovia passa despercebi­do. Placas e avisos são bemvindos, pois só se encontra isso em algumas praças de pedágio.”

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