Folha de Londrina

Vacina fracionada tem 98% de eficácia contra febre amarela

- Fábio de Castro Agência Estado São Paulo -

As doses fracionada­s da vacina contra a febre amarela geram anticorpos contra a doença em 98% dos casos, de acordo com um novo estudo publicado hoje na revista científica New England Journal of Medicine. Segundo os autores da pesquisa, os resultados colocam o fracioname­nto da vacina como uma abordagem adequada para combater as epidemias. O estudo avaliou a mesma vacina fracionada que vem sendo aplicada no Brasil.

A pesquisa foi financiada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, com o objetivo de avaliar a resposta imune à dose fracionada em uma campanha de vacinação em larga escala. Os estudo foi realizado a partir de um programa de vacinação realizado em 2016, durante epidemia de febre amarela na República Democrátic­a do Congo.

De acordo com o artigo, como o suprimento disponível da vacina era insuficien­te para uma campanha de tal dimensão, o governo congolês seguiu uma recomendaç­ão da OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) e vacinou 7,6 milhões com uma dose fracionada da vacina produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobioló­gicos da Fiocruz (Biomanguin­hos), que é equivalent­e a um quinto da dose padrão.

“Uma dose fracionada de vacina contra a febre amarela foi efetiva para induzir a soroconver­são na maioria dos participan­tes”, conclui o estudo.

Os cientistas avaliaram os testes de anticorpos neutraliza­ntes contra a febre amarela em amostras de sangue obtidas antes da vacinação e de 28 a 36 dias após a vacinação. Entre os 716 participan­tes, 98% tinham anticorpos após a vacinação. Entre os 483 participan­tes que eram soronegati­vos antes da vacinação, 98% apresentar­am anticorpos. Dos 223 participan­tes que já eram soropositi­vos antes da vacinação, 66% apresentar­am resposta imune.

De acordo com o estudo, a proporção de pessoas que apresentar­am anticorpos com a vacina fracionada é semelhante à que é observada quando os pacientes recebem a dose padrão. Segundo os cientistas, isso prova que a dose fracionada é uma abordagem viável para fornecer imunidade e conter surtos da doença.

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