Mobilização em defesa da Sercomtel
Entidades de Londrina se reuniram para reivindicar ao prefeito Marcelo Belinati e à Câmara Municipal a revogação das leis 7.347/1998 e 10.709/2009, que determinam que a venda de ações da Sercomtel precisa ser aprovada por consulta popular mediante realização de plebiscito e que depende de aprovação prévia da Câmara Municipal. A lei 7.347, de 1998, foi proposta pelo então vereador Tercílio Turini, hoje deputado estadual. Já se passaram 20 anos e hoje a realidade é completamente diferente. A normativa pretendia blindar a empresa telefônica de ações de corruptos. Mas se a lei significava uma proteção em 1998, hoje representa mais uma ameaça à recuperação da telefônica municipal, que passa pela sua pior crise. A consulta pública é bastante inadequada quando se fala em um mercado de grande concorrência, como o de telecomunicações. O próprio deputado Turini considera que o momento é de um novo debate com a sociedade. Nesta sexta-feira (16), a FOLHA traz reportagem sobre a reivindicação das lideranças para revogação da exigência da consulta popular, lembrando que a solução para a crise financeira da Sercomtel não depende apenas de investimentos, mas também dessa modernização na tomada de decisões estratégicas. Assinaram o documento enviado à prefeitura e à Câmara representantes da Associação Comercial e Industrial de Londrina, Sindicato da Construção Civil, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos e Sociedade Rural do Paraná. Uma das empresas mais importantes do município, a Sercomtel tem dois sócios: a Prefeitura (55% das ações) e a Copel (45%). Em 2016, a operadora fechou com dívida consolidada de R$ 238,9 milhões, valor muito próximo à receita anual bruta daquele ano, de R$ 251,3 milhões. O prejuízo consolidado do grupo foi de R$ 17,1 milhões. Uma crise financeira que levou a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a ameaçar cassar a concessão dada à empresa para explorar telefonia fixa. A FOLHA apoia a solicitação das lideranças londrinenses. Nesse momento, em que é preciso unir forças para que a Sercomtel continue operando, afastar as amarras é de fundamental importância. Ressaltando a importância que a empresa tem na construção da região e para o futuro, pois é grande geradora de emprego e âncora do polo de tecnologia que se tornou Londrina.