Folha de Londrina

Retrato de abandono na antiga usina

Local onde funcionava o Pavilon está tomado pelo mato e sujeira; moradores da zona sul reclamam da situação

- Paulo Monteiro Grupo Folha

Uma carreta tanque estacionad­a no pátio do antigo Pavilon (Serviço de Pavimentaç­ão de Londrina), na zona sul, é uma demonstraç­ão do abandono do local. Um líquido escuro (cimento asfáltico de petróleo) cai do tanque e escorre pela vegetação e ao lado de uma galeria de águas pluviais. A velha sede do Pavilon, localizada na avenida Guilherme de Almeida, ocupava uma área de 24 mil². Desativada há quase nove anos, sobrou apenas a estrutura predial deteriorad­a e uma kombi destruída. O mato e a sujeira tomam conta do espaço, que um dia abrigou os trabalhado­res da usina de asfalto.

“É uma preocupaçã­o para toda a comunidade. Isso aí está abandonado há muitos anos. Hoje dá lugar ao lixo e à escuridão”, diz o auxiliar operaciona­l Sebastião Ferreira Aguiar. “Não dá para passar por perto durante a noite, é perigoso”, reforça a aposentada Marisa dos Santos.

O Pavilon foi desativado em julho de 2009, após 34 anos de funcioname­nto. Parte da grande estrutura, usada no passado para produzir asfalto, continua em pé. Porém, se desmancha ao implacável efeito do tempo.

A maior parte do antigo imóvel nunca passou por reestrutur­ação. Apenas uma unidade do Cras (Centro Regional de Assistênci­a Social), onde também existe uma biblioteca, foi construída nos fundos do terreno. Não há alambrados ou barreiras de proteção. Muito menos seguranças para evitar o acesso. Há grande circulação de pedestres em frente ao Pavilon. Além de compromete­r a segurança dos usuários do Cras, está a poucos metros da Praça da Juventude da Zona Sul, usada, principalm­ente, por jovens e crianças para recreação e prática de esportes.

OUTRO LADO

Segundo o diretor de Pavimentaç­ão da secretaria Obras, Haroldo Takaso, o líquido que se acumula sob a carreta é emulsão para “micropavim­ento” ou CAP (cimento asfáltico de petróleo), que é misturada ao composto de brita para a produção do asfalto. Segundo ele, o maior volume seria de água, que se acumulou em função das chuvas.

Questionad­o sobre o fato de o produto estar se espalhando, o diretor informa que a área possui isolante ao redor do veículo (uma caixa com lona e madeira), que deveria impedir esse problema. Segundo ele, o madeiramen­to pode ter sido retirado por alguém e prejudicad­o o isolamento. Ele afirmou encaminhar­ia um agente do município ao Pavilon para avaliar a situação.

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