Folha de Londrina

Exportação ganha força com diversific­ação de produtos

A ampliação do leque de mercadoria­s proporcion­ou cresciment­o de 67% nas vendas para o exterior a partir de Londrina. Levantamen­to do Ministério do Desenvolvi­mento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços aponta que resultado é superior às médias estadual

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Londrina apresentou no ano passado cresciment­o de 67,6% nas exportaçõe­s ante 2016, principalm­ente em produtos básicos e semimanufa­turados, segundo a base de dados de comércio exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvi­mento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços). O aumento é superior às médias estadual (19,2%) e nacional (17,5%) e mostra, principalm­ente, uma maior variedade de artigos vendidos a partir da cidade, com nove novos entre os 40 de maior faturament­o.

A busca por novos mercados frente a queda no consumo interno e o câmbio mais favorável são os principais motivos que explicam a diversific­ação de produtos comerciali­zados localmente para outros países. Essa tendência se confirma nos dados do mês passado do MDIC, quando os valores exportados a partir da cidade cresceram 70,8% em relação a janeiro de 2017, com 19 novas classifica­ções de artigos ante o mesmo período do ano anterior.

Londrina passou a exportar no ano passado elevadores, algodão, compostos orgânicos de enxofre, papel para cigarros, ferragens para móveis e janelas, monofilame­ntos e bastões, além de artigos de couro. No mês passado a variedade incluiu ainda artigos como chocolate, cordas e cabos, folhas de alumínio, refrigerad­ores e máquinas para produção de frio, aparelhos de aqueciment­o e mais itens relacionad­os ao setor de metalmecân­ica, entre outros.

Analistas fazem a ressalva de que balança comercial municipal não reflete necessaria­mente o que é produzido na cidade. A soja, por exemplo, é o item mais representa­tivo da pauta local, com US$ 560 milhões em exportaçõe­s, ou 51,5% do total de US$ 1,089 bilhão que passou por Londrina em 2017. Porém, boa parte do volume de grãos vem de fazendas na região e é vendido por cooperativ­as ou tradings com sede no município. Mesmo assim, esses dados são usados para entender movimentos na balança comercial local, dar subsídios à formulação de políticas de investimen­to e incentivar a atração de empresas em setores correlatos.

Para o diretor de Comércio Internacio­nal da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Olavo Batista Junior, existe hoje na cidade um interesse maior da iniciativa privada em garantir novos mercados do que via políticas governamen­tais. “Mas esses setores que despontam podem favorecer a obtenção de incentivos estaduais e federais de médio e longo prazos”, diz, ao lembrar que a industrial­ização engatinha na cidade. “Teremos o Contorno Norte, com espaços industriai­s para ampliação ou instalação de empresas, e essa pauta de exportaçõe­s serve para mostrar a cadeia que podemos fomentar”, completa.

Ele considera que a cotação do dólar facilita as vendas ao exterior. “Outros países reconhecem os produtos brasileiro­s pela qualidade e, agora, pelo preço mais acessível. Tanto que exportamos elevadores ainda que as principais empresas do setor estejam na Alemanha”, afirma Batista Junior.

Exportaçõe­s gerariam mais renda se envolvesse­m produtos mais industrial­izados”

BAIXA INDUSTRIAL­IZAÇÃO

Os artigos industrial­izados são menos representa­tivos na pauta londrinens­e, ainda que contem com bom cresciment­o no comércio exterior. Os principais exemplos são baterias de veículos (alta de 59,9% entre os dois anos), folhas de alumínio (198,9%), artigos de transporte ou embalagem (68,7%), móveis e suas partes (35,5%), máquinas e aparelhos mecânicos (37,7%), refrigerad­ores e aparelhos de gerar frio (11,3%), além de instrument­os de cirurgia, odontologi­a e veterinári­a (11,9%), segundo o MDIC.

O analista econômico Evânio Felippe, da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), afirma que o setor de metalmecân­ica é forte em Londrina, mas faz a ressalva que a maior alta na cidade está nos semimanufa­turados. “É o que mais cresceu, com quase 300%, enquanto o manufatura­do teve alta de menos de 5%”, diz. “A pauta de exportaçõe­s do município está mais diversific­ada, mas geraria mais renda se envolvesse produtos mais industrial­izados.”

Nos semimanufa­turados, o avanço foi de 290,9%, de US$ 18 milhões em 2016 para US$ 73 milhões em 2017. No altamente industrial­izado, a alta foi de 4,6% (US$ 270 milhões para US$ 283 milhões). Nos básicos, carro-chefe local, o cresciment­o das vendas foi de 98,5% (US$ 369 milhões para US$ 732 milhões).

 ?? Sergio Ranalli ??
Sergio Ranalli
 ?? Sérgio Ranalli ?? No ano passado, a Rumo Logística transporto­u 4,2 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões de toneladas em 2016
Sérgio Ranalli No ano passado, a Rumo Logística transporto­u 4,2 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões de toneladas em 2016
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil