Folha de Londrina

Horário de verão: ainda é cedo para pensar em abolir

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Ohorário de verão chegou ao fim no último domingo (18) com especialis­tas da área de energia questionan­do sobre a sua eficácia, hoje, no Brasil. A dúvida é econômica: vale a pena manter o mecanismo para poupar energia elétrica. Há três meses, a população de dez Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal adiantaram o relógio em uma hora. No último fim de semana, os “ponteiros” voltaram ao seu lugar. Para quem sofre para acordar cedo, a notícia é uma festa. Ao contrário de quem gosta de aproveitar a luz do dia até mais tarde. Nos primeiros dias, há sempre um desconfort­o, pois o organismo tem que se acostumar. Mas vale o esforço no sentido de aliviar a demanda por energia no horário de pico, entre 18 e 21 horas. Segundo balanço do Operador Nacional do Sistema Elétrico, em 2013 o Brasil economizou R$ 405 milhões com o horário de verão ou 2.565 megawatts (MW ). O que está preocupand­o os especialis­tas é que a economia vem caindo ano a ano. Em 2014, baixou para R$ 278 milhões (2.035 MW) e, em 2015 caiu ainda mais, para R$ 162 milhões. Em 2016, o valor sofreu nova queda, para R$ 147,5 milhões. O vilão, segundo os especialis­tas, é o aparelho de ar-condiciona­do, que teve o uso intensific­ado para aplacar o calor. Essa situação levou o governo federal a sinalizar com a possibilid­ade de abolir o horário de verão. Por enquanto, ele fica. Será apenas abreviado em 15 dias no período 2018/2019, a pedido do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para facilitar a apuração dos votos das eleições. Com isso, o horário de verão de 2018 passará a ser adotado no primeiro domingo de novembro. No Paraná, de novembro a fevereiro houve redução de 0,5% do consumo de energia. A descontinu­ação do horário tem que ser muito avaliada. O drama da crise hídrica e os problemas ocasionado­s pelos apagões (constantes na década de 1990 e que persistira­m, mesmo em menor escala, na primeira década dos anos 2000) ainda persistem na memória. O Brasil precisa investir em fontes alternativ­as de energia, tem problemas estruturai­s e uma população que precisa ser sensibiliz­ada ainda mais sobre economia de água e de energia elétrica.

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