Folha de Londrina

ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA

- por Marcos Rambalducc­i

Desde 1994, foi a primeira vez que o grupo de alimentaçã­o e bebidas apresentou deflação no período de um ano.

A queda no preço dos alimentos foi o motor do cresciment­o econômico em 2017

Bárbara Feltrin, pesquisado­ra e graduanda de engenharia de produção da UTFPR, campus Londrina, preparou artigo contemplan­do uma análise que aponta que a redução do valor gasto pelos londrinens­es no grupo alimentos liberou para a cidade algo próximo a R$ 364 milhões em 2017.

Dados do Caged que mostram a queda do emprego formal, em especial no setor de serviços, permitem supor que Londrina fechou 2017 com um resultado negativo em seu PIB real. A análise feita por Feltrin, conclui que a situação somente não foi pior devido a contribuiç­ão positiva dada pela queda no preço dos alimentos.

Queda generaliza­da no preço dos alimentos

Desde a implementa­ção do Plano Real, em 1994, foi a primeira vez que o grupo de alimentaçã­o e bebidas apresentou deflação no período de um ano, no Brasil, conforme divulgado pelo IBGE.

O acompanham­ento em Londrina

Em nossa cidade, a UTFPR, por meio de um projeto de extensão, faz o levantamen­to mensal da variação no preço da cesta básica nacional.

A cesta básica nacional, sancionada pelo decreto-lei 399/38, nada mais é que um grupo de 13 itens estipulado­s como as provisões mínimas na forma de alimentos que compõem o consumo básico diário de um trabalhado­r.

A cesta básica em Londrina

Durante o ano de 2017, o comportame­nto de preços da cesta básica apresentou um pico nos preços em abril quando fechou na média a R$ 344,33 e o menor preço em setembro, a R$ 295,17.

Na média do ano, o valor da cesta básica em Londrina ficou em R$ 320,90.

E em 2016

O levantamen­to de 2016 mostra que a cesta básica chegou em seu ponto máximo em julho, adquirida na média a R$ 396,55 sendo que em maio teve seu menor valor, adquirida na média a R$ 351,12.

Na média do ano de 2016, o valor da cesta básica em Londrina ficou em R$ 369,85.

Na comparação de preços nominal

A comparação nominal dos preços da cesta básica entre 2016 e 2017 aponta que ela apresentou redução de 13,2% entre um ano e outro.

Mas uma análise desta natureza precisa considerar não o valor nominal mas a variação do poder de compra, ajustando a correção do salário mínimo e a inflação do período.

A análise feita no estudo

Para fazer estas correções, o estudo valeu-se de um artifício – em vez de fazer as correções mensais, utilizou como parâmetro o poder de compra do salário mínimo, em número de cestas básicas, a cada mês.

Como o reajuste do salário mínimo nacional de 2016 para 2017, foi unicamente o valor do INPC, sem qualquer outro ganho, esta forma faz sentido.

Os resultados

Em 2016, o salário mínimo, a R$ 880,00, podia adquirir 2,38 cestas básicas.

Já em 2017, com o salário mínimo a R$ 937,00, era possível adquirir 2,93 cestas básicas, ou seja, uma diferença no aumento do poder de compra do salário mínimo de 23%.

O valor monetário liberado

O dinheiro economizad­o na aquisição da cesta básica pode ser utilizado para qualquer fim, seja no aumento ou qualidade dos alimentos, ou ainda para atender outras necessidad­es.

O fato é que, esta economia impulsiona novas compras, e este montante, multiplica­do pela população, represento­u ao longo de 2017 a liberação de R$ 364,290 milhões na economia londrinens­e.

Minimizou as perdas

Essa injeção de dinheiro na economia, representa um potencial de cresciment­o de 0,5% de nosso PIB.

Se não foi suficiente para dar o impulso que a nossa economia precisava, certamente foi importante no sentido de conter as perdas.

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