Folha de Londrina

COLUNA DO PVC

- PAULO VINÍCIUS COELHO

A cada cinco jogos contra Corinthian­s, Santos e Palmeiras, o São Paulo vence um

O São Paulo tinha 55% de posse de bola quando Sasha puxou o contra-ataque pelo lado direito e deu o passe para Gabriel marcar 1 a 0 para o Santos. O clássico deste domingo (18) reunia os dois times com maior índice de troca de passes. Só que São Paulo e Santos estão atrás de Palmeiras e Corinthian­s na classifica­ção que importa: pontos ganhos. Para aumentar a discussão, o Santos teve menos de metade do tempo com a bola no pé e ganhou a partida. Jair Ventura adora este estilo de marcação e saída precisa para o ataque. Nem sempre com velocidade, mas eternament­e com o cuidado de tratar a bola como um diamante.

Assim, Sasha arrancou pela direita e deu o passe para Gabriel finalizar. Ter mais a bola não é sinal de força, mas de estilo. No sábado, o Barcelona teve 48% de posse de bola contra o Eibar. Nesse caso, quando se lê o número, você provavelme­nte perguntará o que deu errado. Porque o Barça sempre tem a bola. Quando não tem, algo está estranho. Entre maio de 2008 e setembro de 2013, o Barcelona sempre teve mais posse de bola do que o adversário. Da derrota por 4 a 1 para o Real Madrid, em 2008, até a vitória por 4 a 0 contra o Rayo Vallecano. No sábado, o Barcelona marcou com duas linhas de quatro e resolveu o jogo, porque tem Messi e Suárez. Só controlou o jogo porque o adversário tem muito menos recursos.

Não é outra razão para o Campeonato Espanhol e o Alemão serem os únicos onde ter mais tempo com a bola no pé representa ser campeão nacional. Não é assim no Brasil. Os últimos quatro campeões brasileiro­s não tiveram o maior índice de posse de bola. Também não foi assim nem na Inglaterra nem na Itália na temporada passada. O Napoli é o atual líder em pontos ganhos e também em posse, mas desde 2012 o campeão não é também o líder nesse critério. No Brasil, quase nunca é. Não significa que seja ruim ter a posse de bola. Ruim é têla e não saber o que fazer com ela. Como o São Paulo tem sido nos últimos três anos. Em 2014, o São Paulo foi vice-campeão brasileiro tendo muito mais a posse do que o Cruzeiro, o vencedor do campeonato.

Contra o Santos, o São Paulo seguiu sua sina recente de ter a bola e não vencer o jogo. Nos últimos cinco anos, foram 56 clássicos disputados pelo Tricolor, com 12 vitórias. A cada cinco jogos contra Corinthian­s, Santos e Palmeiras, o São Paulo vence um. O time mostra evolução. Pela primeira vez com Dorival Júnior, venceu quatro jogos seguidos. O quarto foi contra o CSA, quinta-feira, em Maceió. Mas quando vem o jogo grande, muito mais difícil ver um time convincent­e. “Acho que estamos muito próximos do acerto”, diz Dorival Júnior.

O discurso é parecido desde o ano passado. Não significa que se deva trocar o técnico. O retrospect­o de 12 vitórias em 56 clássicos inclui dois presidente­s e sete técnicos. O Santos vai melhor quando consegue contra-atacar. Das quatro vitórias sob o comando de Jair Ventura, três foram fora de casa. A questão ainda é como convencer a torcida do Santos de que é possível ser feliz jogando sem atacar o tempo todo. Com 43% de posse de bola, o Santos venceu o São Paulo, no Morumbi.

NOVO CORINTHIAN­S

Camacho entra na equipe nesta segunda-feira contra o Red Bull. É justo. Jadson sai do time, não porque esteja jogando mal. Mas porque é parte de um time que no novo sistema tático não repete as atuações do ano passado. Carille tentou jogar com dois meias. Ainda não deu certo.

FLAMENGO CAMPEÃO

Diego fez a bola rolar na final da Taça Guanabara, em Cariacica. Mas está claro que a comissão técnica do Flamengo não está feliz com seu desempenho. O sonho é ter um time mais agressivo. Diego vai precisar jogar bem sempre para não correr risco de sair do time.

Contra o Santos, o São Paulo seguiu sua sina recente de ter a posse de bola e não vencer o jogo

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